Gyökeres teve Jardel, Eusébio e Peyroteo ao alcance... mas escorregou na Reboleira

Marcar a todas as equipas do campeonato numa só temporada não é tarefa fácil. Duas voltas são duas oportunidades frente cada adversário, ainda assim, a façanha não deixa de estar exclusivamente ao alcance da realeza goleadora...

Viktor Gyökeres não tem deixado ninguém indiferente nesta campanha de estreia no futebol português, tendo aterrorizado as defesas de quase todas as equipas que defrontou, mas nem assim vai terminar 2023/24 a marcar a todas as equipas da Liga Portugal Betclic. A garantia chegou na passada sexta-feira, quando não marcou ao Estrela da Amadora (1-2), tal como já tinha acontecido na primeira volta.

São 22 golos em 25 jogos na prova. Mais nove assistências, embora essa estatística não seja relevante para esta análise. A maior vítima foi também a primeira - Vizela sofreu quatro golos deste avançado do Sporting -, sendo que a lista de lesados é mais extensa que a dos sobreviventes: Farense e Boavista concederam três golos; Casa Pia, Arouca e Gil Vicente sofreram dois; enquanto as defesas de SC Braga, Moreirense, Rio Ave, Portimonense e Benfica, adversário deste sábado, foram visadas por uma vez.

A camisola tricolor foi a primeira a sair ilesa dos confrontos com Gyökeres (q.b., já que na primeira volta [3-2] o ponta de lança registou duas assistências), mas há outras equipas que secaram o sueco no primeiro jogo e ainda não chegaram ao segundo assalto: FC Famalicão, Vitória SC, Estoril Praia e GD Chaves.

Feito ao alcance de três ilustres

Então mas quem é, afinal, essa realeza goleadora, capaz de marcar a todas equipas na mesma edição da Primeira Liga em Portugal? Ora, o último foi Mário Jardel, curiosamente com a camisola do Sporting, numa campanha - 2001/02 - em que marcou 42 golos em 30 jogos! Essa só não foi a segunda vez que Super Mário marcou a todos porque dois anos antes, ao serviço do FC Porto, ficou em branco nos jogos com o Alverca.

De resto, é preciso recuar algumas décadas, até aos tempos de Eusébio da Silva Ferreira. Foi na edição de 1967/68 do Campeonato Nacional que o matador do Benfica, com 42 golos em 24 jogos, feriu todas as equipas na mesma campanha. Importa salientar, ainda assim, que esse feito surgiu numa altura em que a prova era composta por apenas 14 clubes.

Também Fernando Peyroteo sabe o que é marcar a todos os adversários no primeiro escalão do futebol português. A lenda leonina fê-lo em 1937/38, numa campanha em que a veia goleadora chegou para 34 golos em apenas 14 jogos. Uma média impressionante (2,43 golos por jogo!), recorde-se, chegou numa altura em que apenas oito clubes disputavam a competição.