Há crianças sem Natal

9 meses atrás 71

ONatal não é igual para todos. Apesar de a inflação ter comido uma parte relevante dos rendimentos das famílias, os centros comerciais de sucesso batem recordes de vendas, em Lisboa os restaurantes estão cheios com almoços e jantares de Natal. E no fim de ano os destinos de férias habituais também já dão sinais de lotação máxima a preços sem saldos. Não são necessários dotes de pitonisa para acertar na previsão de que as festas natalícias em Portugal vão gerar o maior volume de negócios de sempre. Mas se grande parte da população vive a época no seu esplendor da febre do consumo, há muitas famílias que sonham com o básico neste Natal.

Uma reportagem da Antena 1 no Algarve contou uma história que nos obriga a pensar. 200 crianças apoiadas pela associação Refood de Faro foram desafiadas a escrever uma carta e revelarem os seus desejos neste Natal. A associação que distribui ajuda alimentar pretendia entregar brinquedos para celebrar este Natal e por isso pediu às crianças para escreverem sobre o que desejavam. Mas a maioria não pediu brinquedos, quer coisas básicas para comer e vestir.
Não deixa de ser estranho que crianças que só deviam sonhar com os brinquedos preferidos se preocupem tanto com as necessidades mais básicas de sobrevivência. Mas isto é um sinal que em muitas casas deste país neste Natal faltará quase tudo e sobrará a angústia.

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