“Há poucas indústrias com capital de conhecimento como o da atividade seguradora em gestão de risco”

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Nas palavras de Pedro Penalva, CEO Enterprise Clientes EMEA da AON, “são poucas as indústrias dotadas de um capital de conhecimento e experiência como o que a atividade seguradora tem, no que diz respeito à engenharia de prevenção e de gestão de risco”.

Pedro Penalva, CEO Enterprise Clientes EMEA da AON, considera que um dos grandes desafios, que se colocam à indústria seguradora, prende-se com a otimização da “capacidade de utilização de um volume de dados, que hoje a indústria tem na sua posse”, para a construção de modelos preditivos.

Nesse paradigma, defendeu o executivo enquanto orador convidado do evento ‘Desafios do Sector Segurador’, organizado pelo Jornal Económico (JE), acrescentando que “há que encontrar soluções para começar a adquirir a capacidade de fazer um preenchimento deste gap”.

Se o sector não atuar nesse sentido, “alguém o vai fazer”. “Há outros sectores providers que podem assumir funções de prevenção neste sentido”, revelou.

“Quando falamos de protection gap, é claramente um sinal de que há uma oportunidade de algo que, no início, vai ter acesso a capital que hoje não tem. Há uma necessidade clara que deixa um gap entre a perda económica e o valor que é assegurado. Ao haver esse gap, é sinal que o mercado não está a responder”, analisa Pedro Penalva.

Debruçando-se sobre o tema das alterações climáticas, o executivo alude a “uma lógica de relevância de todo o sector de atividade face ao que é o seu papel na sociedade”. “É isso que se está aqui a jogar”.

“Há um indicador muito interessante relacionado com o volume de sinistros que são pagos em comparação com a evolução do PIB. E a correlação desse indicador até ao princípio do século era perfeita. O PIB crescia e o volume era crescente. Nos últimos 20 anos, essa tendência inverteu-se. A tendência de crescimento do PIB acontece, mas o valor dos sinistros que são pagos não tem acompanhado esse crescimento”, explicou.

“Mas não tem só a ver com o tema das alterações climáticas, mas com o facto de, cada vez mais, a estrutura de capital das empresas produz balanços mais ativos e tangíveis. Há aqui um desafio de relevância”, continuou Pedro Penalva.

Ainda sobre as alterações climáticas, o mesmo responsável sublinha que, “tradicionalmente, a atividade seguradora o que fazia era reparar e remediar” nas décadas passadas.

Nas palavras de Pedro Penalva, atualmente são poucas as indústrias dotadas de um capital de conhecimento e experiência como o que a atividade seguradora tem, no que diz respeito à engenharia de prevenção e de gestão de risco.

No evento participaram ainda, como oradores convidados, Nuno Sapateiro, sócio da Abreu Advogados, Joana Pina Pereira, Chief Distribution Officer da Tranquilidade, e Miguel Abecasis, administrador da Fidelidade.

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