Harvard despede especialista em desinformação, por pressão da Meta

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Joan Donovan apresentou uma queixa na procuradoria geral de Massachusetts e no departamento de Educação dos EUA a acusar a Universidade de Harvard de a ter despedido depois de ter tecido críticas à Meta. Segundo Donovan, a Universidade cortou os apoios ao seu trabalho, impediu-a de contratar assistentes e lançou uma campanha de difamação contra a especialista para a forçar à saída. Ao mesmo tempo, a Universidade recebia 500 mil dólares sob a forma de apoios provenientes da caridade de Mark Zuckerberg.

As movimentações contra Donovan aconteceram depois de esta publicar os Facebook Papers, o conjunto de documentos vazados por Frances Haugeun, que trabalhava na empresa e descreve várias práticas e estratégias da empresa de Mark Zuckerberg.

Donovan é confrontada com as publicações dos Facebook Papers no site da Universidade, com o seu superior hierárquico a pedir-lhe que justifique o seu estudo da desinformação em 2021. No ano passado, Joan é informada de que o seu projeto vai ser encerrado e, este ano, a escola simplesmente eliminou a sua posição.

Confrontada com este despedimento, a Harvard Kennedy School revela que a saída não teve a ver com a Meta, mas sim com dificuldades em encontrar um patrocinador para a supervisionar, numa prática corrente da Universidade. A instituição explica ainda que não despediu Donovan, mas que sim ofereceu-lhe a possibilidade de continuar como professora adjunta em regime de part-time e que esta recusou a posição.

Joan Donovan é uma especialista consultada de forma recorrente para falar sobre como a proliferação da desinformação beneficia financeiramente as tecnológicas. Agora, Donovan acusa os seus anteriores patrões de terem cedido à pressão de centenas de milhões de dólares já dados por Zuckerberg e pela mulher Priscilla Chan, ambos ex-alunos de Harvard, e que o despedimento surge numa altura em que estavam em curso 500 mil dólares para o desenvolvimento do Kempner Institute for the Study of Natural and Artificial Intelligence. “Objetivamente, 500 mil dólares é uma influência financeira significativa”, lê-se na queixa apresentada.

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