Haverá "retrocesso nas políticas de imigração" com PSD "aliado ao Chega"

4 meses atrás 59

No início dos trabalhos do último dia do 24.º Congresso Nacional do PS, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Ana Catarina Mendes, que tem a tutela da Igualdade e Migrações, considerou fundamental que o partido se mobilize nas eleições de março "pela democracia" e que assuma que "a batalha política de integração dos migrantes é absolutamente fundamental pelo respeito, pela dignidade da pessoa humana".

"Esta vai ser uma linha de fronteira. Não tenhamos dúvidas: com Luís Montenegro [PSD] aliado ao Chega o que nós vamos ter é um retrocesso em todas as políticas, mas é um retrocesso nas políticas de imigração que não podem sofrer nenhum abalo em nome da defesa dos que procuram segurança e acolhimento no nosso país", avisou.

A governante - que não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS nas diretas de dezembro - salientou que "a agenda do PS não é a agenda do poder pelo poder mas sim a agenda da resolução contínua de todos os problemas das pessoas".

"No ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril é fundamental que o PS se lembre que é o partido defensor radical da democracia, o que significa continuar a lutar pela confiança nas nossas instituições. Continua a ser absolutamente fundamental que lutemos contra o discurso extremista, racista, populista, xenófobo que começa a grassar em Portugal", avisou.

O fundador do PS José Leitão, que foi também Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas entre 1996 e 2002, elogiou o trabalho desenvolvido pelos governos de António Costa em matéria de migrações, e em particular pelos ministros José Luís Carneiro e Ana Catarina Mendes, e pediu que seja prosseguido.

"Portugal é cada vez mais uma nação cosmopolita e o PS também deverá sê-lo. Com António Costa, essa sociedade cosmopolita esteve representada não só na Assembleia da República, mas também no Governo", disse.

Para o fundador do PS, que apoiou José Luís Carneiro nas diretas, o partido não pode "ser menos ambicioso para o futuro", e tem de assegurar uma "participação equitativa dos portugueses de todas as origens, incluindo os portugueses ciganos e negros a todos os níveis da sociedade portuguesa".

"Temos orgulho nas políticas dos governos socialistas. Com o PS, políticas chauvinistas e racistas não passarão", concluiu.

Momentos antes, o dirigente sindical da UGT José Abraão elogiou o acordo de concertação social assinado pelo governo socialista e pediu que o partido olhe para a classe média, deixando avisos sobre os parceiros à esquerda.

"Não podemos estar à espera, por mais voluntarismo que o BE possa ter, da sua disponibilidade para fazer acordos. Os acordos têm que ser feitos em sede de concertação social reforçando a negociação coletiva para que depois não aconteça o que aconteceu recentemente. É que quando as coisas correm bem, o BE e os partidos à nossa esquerda são vitoriosos. Quando correm mal, os responsáveis são os socialistas", criticou.

Durante as intervenções da manhã, o socialista José Marques Vidal avisou o novo secretário-geral que "os representantes das concelhias com mais militantes não são o partido", alertando o líder para "os amigos" que ganha à medida que "vai subindo", uns "verdadeiros" outros "interessados e interesseiros".

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