Histórias por contar com Angola no coração

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Na apresentação do seu primeiro romance, Nicolau Santos riu, gracejou, invocou memórias e garantiu que, quando deixou Angola e veio para Portugal, o que o “salvou” foi o B.Leza. “Amarelo Tango” é uma pintura pessoal, mas muito transmissível.

No ano da graça de 2024, numa tarde de finais de setembro em que a chuva surprendeu os mais incautos, ou otimistas, nas ruas de Lisboa, a humidade, o ar suspenso e espesso tinham o seu quê de tropical. O clima, esse fenómeno incerto, alinhava-se com o ambiente do livro prestes a ser apresentado no Centro Cultural de Cabo Verde. “Amarelo Tango” chega às mãos dos leitores 28 anos depois de ter começado a ser escrito por Nicolau Santos, que nasceu “branco de segunda”, “calcinhas ou caluanda”, “com os pés no mar”, em São Paulo de Luanda.

O uso da palavra, oral e escrita, não lhe é de todo desconhecido. Cursou Economia mas atirou-se ao jornalismo. Foi diretor do Semanário Económico, do Diário Económico e do Público, e integrou a direção do Expresso durante cerca de 20 anos. É atualmente Presidente da RTP, mas, de permeio, foi usando a palavra nos livros de poesia que publicou a solo e a diversas mãos.

Em “Amarelo Tango” estreia-se na ficção e põe termo a quase três décadas de tango por dançar. Neste romance três gerações se encontram com a História de Angola. A trama traz memória privada e pública. Mas traz, acima de tudo, a vontade de o autor “deixar para os filhos e netos o que foi aquela vida”. Quem sabe, “citicável aos olhos de quem vive em 2024”, diz o autor, mas que tinha de ser escrita.

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