Trata-se da sétima vítima mortal desde o início da crise no território ultramarino francês na Oceânia e ocorre um dia após a deslocação do chefe de Estado Emmanuel Macron a Noumea.
Quando se deslocavam em Dumbea, a norte da capital, dois polícias foram "fisicamente atacados por um grupo de cerca de quinze indivíduos" e um deles disparou a arma, explicou o procurador Yves Dupas.
O agente da polícia, em quem foram encontrados vestígios de agressões, foi detido.
O Aeroporto Internacional de Numeá vai permanecer encerrado aos voos comerciais até às 09:00 de terça-feira (22:00 de segunda-feira em Lisboa), disse o diretor da Câmara de Comércio e Indústria do território ultramarino francês.
O aeroporto de La Tontouta está fechado aos voos comerciais desde o passado dia 14 de maio devido aos bloqueios de estradas.
A crise foi provocada pela reforma legislativa aprovada pela Assembleia Nacional em Paris que alargaria o eleitorado para as eleições provinciais a todos os naturais de Nova Caledónia e residentes há pelo menos 10 anos.
Os apoiantes da independência consideram que o alargamento pode "marginalizar ainda mais o povo kanak", que constitui 41% da população.
O acordo defendido por Emmanuel Macron deve contemplar também um plano para tornar a economia menos dependente do níquel (produção local) e "a questão de um voto de autodeterminação".
A Nova Caledónia é um arquipélago situado na Melanésia, a cerca de 1.200 quilómetros a leste da Austrália e a 17 mil de Paris, com pouco mais de 270 mil habitantes.
A população votou em referendos sobre a independência em 2018 e 2019, com o voto favorável à França de 56% e 53%, respetivamente.
Um terceiro referendo em 2020 foi boicotado pelas forças pró-independência, que consideram que a votação deveria ter sido adiada devido à pandemia.
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