Homens diplomados ganham em média mais 19-23% do que as mulheres

9 meses atrás 101

Estudo a apresentar esta sexta-feira à tarde, na Universidade NOVA de Lisboa, revela que os diplomados há mais tempo e os que têm mais qualificações tendem a beneficiar de melhores condições de empregabilidade e de remuneração. Revela também uma acentuada disparidade salarial entre homens e mulheres com formação superior.

“Os diplomados do sexo masculino ganham, em média, mais 19-23% do que os diplomados do sexo feminino”, conclui o Graduate Tracking Portugal 2022.

As diferenças de género não se fazem sentir apenas ao nível salarial. “Em geral, os diplomados do sexo masculino apresentam um nível de emprego mais elevado, um nível de desemprego mais baixo, contratos com mais estabilidade, níveis mais elevados de satisfação profissional e um nível mais elevado de alinhamento entre a formação superior e o emprego”, adianta o estudo, a apresentar esta sexta-feira, dia 12 de janeiro, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira.

Os diplomados (homens e mulheres) há mais tempo e os que têm mais qualificações tendem a beneficiar de melhores condições tanto de empregabilidade como de remuneração. “A empregabilidade e a incidência de contratos de trabalho sem termo crescem de forma significativa com idade dos diplomados, independentemente de se terem diplomado recentemente (2020/2021) ou há mais tempo (2016/2017)”, revela o Graduate Tracking Portugal 2022, que contou com a participação de 35 mil recém-diplomados do ensino superior no mercado de trabalho.

No que respeita aos salários, esclarece que quanto mais qualificações, melhor. E quantifica: “Os licenciados/mestres ganham 18-25%/46-50% mais do que os diplomados dos programas de ensino superior de ciclo curto. Os salários dos diplomados com cinco anos no mercado de trabalho são sistematicamente mais elevados do que os que concluíram as suas formações há cerca de um ano”.

O nível global de emprego dos diplomados portugueses do ano letivo 2016/2017 é elevado (81,7%), sendo que destes, a grande maioria (80,9%) estão empregados ao abrigo de contratos de trabalho sem termo.

Menos de 30% dos pais de diplomados do ensino superior têm formação superior e o mais comum é que os seus pais tenham no máximo o ensino básico completo.

Outras conclusões 

O estudo conclui que tanto o nível de satisfação dos diplomados com os seus estudos, como com a sua situação profissional, é, em geral, elevado.  “Numa escala de 1 a 5, em que 1 significa muito insatisfeito com a profissão e 5 representa muito satisfeito, o nível médio de satisfação dos diplomados é de 3,7, independentemente do ano letivo em que se diplomaram”. No que respeita aos estudos, o nível de satisfação até subiu: de 3,8 em 2016/2017, para 3,9 em 2020/2021.

Os diplomados do ensino superior consideram-se bem preparados para responder às exigências do mercado de trabalho. Com efeito, no conjunto de 12 competências analisadas pelo estudo, os diplomados reportam ter “um nível médio de competências superior ao nível exigido no seu emprego em 11 destas competências”. Além disso, referem que o seu próprio nível de competências é particularmente elevado em “capacidade de trabalhar produtivamente em equipa”, “capacidade para rapidamente adquirir novos conhecimentos” e “capacidade para o uso aplicado de TIC” (5,8, numa escala de 1-7).

A auto-avaliação mais baixa é na “capacidade para o uso avançado de TIC” e na “capacidade para apresentar produtos, ideias ou soluções em público”, com 4,3 e 4,8, respetivamente. No entanto, o nível médio exigido no emprego atual dos diplomados para estas duas competências é ainda mais reduzido. A única competência em que o nível exigido é ligeiramente mais elevado do que o nível dos diplomados é a “capacidade para se expressar com clareza”.

Ainda segundo o Eurograduate 2022, os cursos de ciências empresariais, administração e direito, TICs e engenharia, indústrias transformadoras e construção e saúde são os que proporcionam níveis mais elevados de emprego, menores riscos de desemprego, salários e satisfação profissional mais elevados, contratos mais estáveis e maior probabilidade de alinhamento entre a formação superior e o emprego.

Também resulta claro que os diplomados com níveis mais elevados de qualificações superiores são mais propensos à mobilidade internacional após se diplomarem. Verifica-se que existe uma associação positiva entre a experiência internacional adquirida no âmbito do programa de estudos e os salários dos diplomado, adianta.

De acordo com o estudo, entre os anos letivos 2016/2017 e 2020/2021 verifica-se um crescimento da proporção de diplomados com nacionalidade estrangeira em Portugal. Nos dois anos em análise, o país registou uma subida de 5% para 8% na população de diplomados com nacionalidade estrangeira, sendo a maioria destes diplomados oriunda de países de língua oficial portuguesa.

Ler artigo completo