HÓQUEI PATINS | Mundial arranca esta segunda-feira: saiba tudo sobre a prova

5 dias atrás 75

Acabou a espera: praticamente um mês depois de terem começado a preparar no Luso, as seleções masculinas e femininas vão iniciar o Campeonato do Mundo, em Novara, Itália, esta segunda-feira.

Desde 2017, na China, que o Mundial não surgia nesta altura do calendário, no início da temporada e esse fator pode tornar-se determinante no desenrolar da competição. Seis jogos em menos de uma semana é dose e a isso há que juntar a capacidade mental da dificuldade dos jogos, que vai crescer a cada desafio.

O topo do Mundo é deles

O ranking da World Skate é categórico e não tem Portugal no topo - está a Argentina, atual campeã do Mundo -, mas nos últimos tempos, não houve nenhuma seleção a estar tanto tempo no topo, a atingir consecutivamente as finais das competições e a ganhá-las, como a seleção das quinas.

Nas últimas oito edições de europeus e mundiais, Portugal falhou apenas por duas vezes o jogo decisivo (o Mundial de 2015, em França, ganho pela Argentina, e o Campeonato da Europa de Paredes, em 2021, vencido pela Espanha) e consegui celebrar a conquista europeia em 2016, em Oliveira de Azeméis, e em 2019, o título mundial em Barcelona.

Portugal começou os trabalhos no Luso a 19 de agosto @FPP

Os números atestam a qualidade e o trabalho de continuidade de metade dos eleitos de Paulo Freitas: Ângelo Girão, Hélder Nunes, Rafa, Gonçalo Alves e João Rodrigues estiveram sempre nesse núcleo e repetem presença em Novara, onde Portugal entra no lote dos candidatos a discutir o título mundial.

Um só Mundial e cinco candidatos

Leu bem, caro leitor: há cinco candidatos declarados a querer ganhar a prova no próximo domingo. A França, finalista do europeu de 2021, terceira classificada no último mundial e composta por um lote de jogadores de eleição não esconde de uma luta que há muitos anos é dominada pelo Big4: Portugal, Espanha, Argentina e Itália.

É muito pouco provável que qualquer outra seleção possa estar metida neste barulho, mesmo contando com Angola, que tem Rui Neto como selecionador e está recheada de grandes valores da modalidade. O treinador português conseguiu ainda incluir no grupo Gonçalo Neto e Gonçalo Nunes (este último já foi campeão do Mundo de Sub-20, por Portugal, na China, em 2017).

De resto, daí para baixo são contas por posição: A prova conta com 27 seleções, divididas por três divisões e se os vencedores dos grupos da zona intermédia, denominada de Taça Intercontinental, podem entrar pela luta do título mundial, quem está na Challenger Cup, não pode entrar nesse patamar.

Vieira está de regresso à seleção para o Campeonato do Mundo @FPP

Entre os grandes candidatos, a Argentina é que se alista como o grande alvo a abater por parte de todos. Os rapazes de José Luís Paez são campeões do Mundo em título, venceram no final de março o Torneio de Montreux e ainda mantém grande parte da espinha dorsal da conquista de San Juan. Nicolía, Pablo Álvarez e Matías Pascual já não estão, mas regressou Reinaldo García, por exemplo.

A Espanha de Guillem Cabestany está de orgulho ferido. Apesar de ser campeã da Europa em título, La Roja foi quinta classificada no último mundial e não tem apresentado um jogo cativante. Ainda assim, é conhecida a eficácia que o treinador catalão, que deixou marca no FC Porto e está de saída da seleção espanhola para treinar o Calafell, tem em montar equipas para resultados imediatos.

A Itália de Bertolucci é força, criatividade, irreverência, velocidade e muito improviso. Há muito que a seleção transalpina não apresentava um lote de jogadores tão maduro e tão capaz de poder deixar marca. A jogar em casa, pode ter o lado emocional e do público como determinante para os seus objetivos.

Por último a França de Nuno Lopes. O treinador do SC Tomar assumiu um projeto à sua medida. É quase como um fato que o alfaiate não precisa de ajustar: há valor, qualidade e vontade. Com os irmãos Di Benedetto à cabeça e Pedro Chambel na baliza, a França vai ser sempre um osso duro de roer para qualquer adversário.Palmarés do Campeonato do Mundo

Pedir o topo para elas é difícil

Na vertente feminina, Portugal chega a Novara com a vontade de «mostrar a garra da mulher portuguesa». As palavras de Hélder Antunes, selecionador português desde 2019, são o eco de uma equipa em remodelação.

A convocatória do treinador levou o Benfica a emitir um comunicado a criticar, mas o técnico, naturalmente, não se abalou pelo foco que tem sobre si para esta competição.

Em sua defesa, Hélder Antunes tem a continuidade do trabalho que tem sido feito desde a base, com a seleção feminina de Sub-17, que já deu resultados recentemente, e que ajudou a criar uma ideia de jogo, transversal para a equipa principal de Portugal.

Inês Severino, juntamente com Sofia Moncóvio, nos trabalhos da seleção nacional @FPP

Portugal vai entrar nas pistas de Novara sem pressão. A equipa portuguesa sabe que não entra no lote das grandes candidatas. Argentina e Espanha estão num nível muito superior, o Chile sabe que pode fazer uma gracinha, mesmo não tendo Catalina Flores - lesionada -, nas opções e a Itália joga em casa.

Ainda assim, a seleção nacional, que foi terceira classificada no Mundial de San Juan, quer manter a bitola, pelo menos, nesta prova que vai ter início esta segunda-feira.

Novara é uma das grandes mecas do hóquei em patins Mundial. Foi aqui, por exemplo, que o Sporting venceu uma Taça CERS em 1983/84 e uma Taça das Taças em 1990/91, o FC Porto venceu a sua primeira Taça dos Campeões Europeus e foi aqui que Vítor Hugo, um dos mais emblemáticos hoquistas portugueses de sempre, teve a sua única experiência no estrangeiro. Vai ser em Novara, que Portugal vai tentar vencer um novo título Mundial.

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