Houve sofrimento e Diego Costa na única vitória do SC Braga em Itália: «Superámo-nos»

9 meses atrás 68

O SC Braga está em Nápoles para encerrar a fase de grupos da Liga dos Campeões, sabendo que ainda pode chegar aos oitavos de final da competição se vencer por dois golos de diferença. Tarefa difícil, mas que, como o futebol já provou tantas vezes, não é impossível.

Olhando para o histórico minhoto em terras transalpinas, há poucos positivos: quatro derrotas, um empate e uma vitória. Ainda assim, para marcar a ocasião, procurámos recordar esse triunfo singular do SC Braga em Itália: um 0-1 na casa do Parma.

Foi em 2006/07 e valeu passagem aos oitavos de final da Taça UEFA, onde os arsenalistas acabaram por cair frente ao Tottenham. Ainda assim, segundo conta ao zerozero o antigo capitão e atual adjunto do SC Braga B, Paulo Jorge, a queda na ronda seguinte não mancha a «recordação muito boa» que a equipa construiu no Stadio Ennio Tardini.

«Era um momento importante»

A equipa portuguesa trazia da primeira mão uma vantagem de 1-0, de maneira que bastava um empate ou até uma derrota com golos marcados para sair satisfeito desse duelo parmesão, em fevereiro de 2007. Isso não impediu o SC Braga de partir para uma vitória especial.

«Acho que foi um jogo bem conseguido da nossa parte, mas difícil. As equipas italianas são muito fortes fisica e taticamente. Tendo ganho em casa, sabíamos que íamos ter dificuldades lá, onde é sempre difícil jogar, mas sabíamos o que fazer em campo e soubemos sofrer», começa por recordar Paulo Jorge.

Zé Carlos trava duelo com Fernando Couto @Getty /

O SC Braga ia batendo-se bem frente a uma equipa que tinha Claudio Ranieri como treinador e um pilar defensivo português chamado Fernando Couto. O nulo prevalecia quando, aos 75 minutos, o conforto saiu janela fora. Nuno Frechaut, internacional português, viu o segundo amarelo e consequente vermelho.

«A expulsão foi o momento mais difícil. Sabíamos que íamos sofrer mais e teríamos de estar mais unidos, porque era um momento importante.»

«Superámo-nos. Eu como capitão tinha de me impor, de dar a cara. Temos de nos mostrar nos bons e nos maus momentos. Esse acabaria por ser bom, mas antes disso, com a ausência do Frechaut, foi muito difícil», disse o ex-jogador, hoje com 43 anos.

Em desvantagem numérica, o resto do jogo foi de maior aperto, até que, já nos instantes finais, o SC Braga conseguiu marcar o golo que praticamente colocou a eliminatória no bolso...

Paulo Jorge faz a festa em Parma @Getty /

Diego, o menino do golo

Minuto 89: Luís Filipe cruzou e na área apareceu um matador de apenas 18 anos a desviar para golo...

Era Diego que lhe chamavam na altura, mas é provável que o leitor o conheça melhor por Diego Costa. Nesse dia, o avançado que mais tarde iria brilhar pelo Atlético Madrid, Chelsea e seleção espanhola, fez o seu primeiro golo em provas UEFA. Esse foi, também, o seu único golo com a camisola do SC Braga.

«Passei algum tempo com ele e lembro-me que era um miúdo muito novo, mas notava-se já que tinha capacidades para ser um grande jogador», diz Paulo Jorge, antes de entrar em detalhes mais específicos do tempo partilhado com o avançado que hoje, aos 35 anos, atua no Botafogo:

«Eu no treino marcava-o, de vez em quando dava-lhe umas porradas e lembro-me de ele se queixar ao treinador. "Ah, eles só dão porrada!" Já naquela altura era difícil de marcar o miúdo, porque ele sabia usar o corpo, proteger a bola. Notava-se que ia chegar ao nível a que chegou. As pessoas cá não viram muito, conheciam pouco do Diego, mas quem trabalhou com ele já sabia», diz.

Paulo Jorge, ainda ligado ao SC Braga pela equipa B, acredita que esse dia histórico, da única vitória minhota em Itália, pode ser repetido esta terça-feira no Stadio Diego Armando Maradona:

«São 90 minutos e duas equipas. Claro que o Napoli teoricamente é favorito, mas se olharmos para que o SC Braga fez, tudo é possível. Tem essa capacidade, como mostrou contra este adversário em Portugal, e vai lutar pela passagem».

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