Marco Rossi é selecionador húngaro desde 2018 e cumprirá o seu segundo europeu neste papel. O treinador italiano de 59 anos foi um dos obreiros do grande sucesso da Hungria na fase de apuramento para o europeu, onde conquistou 18 pontos e terminado invicto.
De há uns anos a esta parte, foi enraizado na seleção um 3x4x3 que muitas vezes é transformado em 3x4x2x1, dado o perfil dos extremos/médios-ala utilizados, que podem ser extremos mais verticais ou médios mais fortes em organização no corredor central.
Momento ofensivo
Na primeira fase de construção tentam sair a jogar curto pelos centrais enquanto os dois médios centro fazem uma aproximação forte na zona da bola. Caso estejam com dificuldades em sair, muitas vezes um desses médios baixa para a zona dos centrais para ajudar a construir de frente para o jogo. Quando saem a jogar por um dos corredores laterais, o central desse lado projeta-se, o central oposto ajusta o posicionamento no corredor central assim como o extremo/médio ala do lado oposto da bola.
Em zonas mais adiantadas é uma equipa que normalmente tenta chegar a situações de finalização através dos corredores laterais, mostrando muita variabilidade na forma como o faz. Na seleção húngara é habitual ver-se não só uma permuta entre o ala e o extremo, no que diz respeito a quem dá mais largura, como também o central do lado da bola muitas vezes projeta-se para chegar próprio a situações em que possa combinar no último terço ou tirar cruzamentos.
Momento defensivo
Numa primeira fase de pressão, a Hungria pressiona alto com os seus três jogadores mais adiantados a condicionarem o portador da bola, com a ajuda dos dois médios a impedirem a circulação pelo corredor central. Caso o adversário saia pelo corredor lateral, é o ala desse lado que salta na pressão para cortar a linha de passe ou, pelo menos, evitar essa progressão.
Em fase de defesa de baliza, os alas juntam-se aos centrais formando uma linha de cinco, enquanto os outros cinco elementos mais ofensivos, demonstram uma grande preocupação em fechar o corredor central e condicionam o adversário a jogar por fora. Nessas ocasiões, é o ala desse lado que salta à pressão e o todos os jogadores aumentam os níveis de agressividade de forma a recuperar a bola nesse momento.
Jogador destaque
Dominik Szoboszlai é a estrela da companhia. O médio que convenceu o Liverpool a investir 70 milhões de euros no ano passado na sua contratação é, aos 23 anos, o capitão húngaro. Trata-se de um jogador muito completo que pode jogar no corredor central, mas também como médio mais aberto. Essa versatilidade permite-lhe que tanto possa jogar na dupla de meio campo ou numa posição mais adiantada, a partir de uma ala com liberdade total quando a equipa tem a posse.
Jogador promessa
Milos Kerkez. Apesar de ser um dos jogadores mais valorizados da seleção da Hungria, é também o mais jovem entre os convocados. Também ele rumou à Premier League em 2023, para jogar no Bournemouth. O clube inglês desembolsou 18 milhões de euros para garantir os serviços do lateral esquerdo que foi muito noticiado como possível reforço do Benfica antes dessa transferência. O nível que demonstra aos 20 anos garante à Hungria que a asa esquerda terá muita qualidade na próxima década.