Iate de Mike Lynch estava "no sítio errado, à hora errada"

1 mes atrás 47

O que era para ser um dia de festa tornou-se num autêntico pesadelo. 24 horas depois, ainda não foram resgatados todos os tripulantes do iate de luxo de afundou esta quinta feira (19) na Sicília, junto a Palermo. A tragédia aconteceu na sequência de uma tempestade forte.

As buscas foram retomadas esta manhã e até ao momento estão resgatadas com vida 15 das 22 pessoas a bordo, tendo sido oito transportados para o hospital. Seis pessoas continuam desaparecidas, entre elas o multimilionário Mike Lynch, dono do iate, e o presidente da Morgan Stanley, Jonathan Bloomer, com possibilidade de estarem presos dentro das cabines submersas.

O uníco corpo resgatado é o de um homem de origem canadiana, com idade a rondar os 50 anos, e que fazia parte da tripulação, exercendo funções como cozinheiro.

Entre os sobreviventes está Sophie, uma bébé de um ano que viajava com os pais. "Por dois segundos, perdi a bébé no mar", revelou à agência de notícias italiana ANSA a mãe, Charlotte Golunski, de 35 anos, que sofreu alguns ferimentos ligeiros.

Ao jornal italiano La Repubblica, Charlotte descreve o cenário de horror do momento do naufrágio. Conta não ter conseguido "manter os olhos abertos" e diz que ainda "gritou por socorro", mas o seu desespero misturava-se com os dos restantes tripulantes. Conta ainda que mal teve "tempo de perceber o que se estava a passar", porque "o barco afundou-se" e, em poucos segundos, estavam todos no mar.

Em declarações à BBC, Fabio Cefalù, um pescador que se preparava para sair para o mar, relata os momentos vividos antes, durante e depois da tempestade em terra. "Eu vi flashes vindos do céu e não gostei nada do aspeto das nuvens", conta. Foi pouco depois das quatro da manhã que a tempestade se deu na cidade, o que obrigou a tripulação a recolher para "dentro da doca para esperar que terminasse". Quando a tempestade deu tréguas, saíram e depararam-se com alguns objetos a flutuar no mar, como almofadas. "Não encontramos nenhum corpo na água", avança.

Karston Borner, capitão do navio que resgatou os sobreviventes, conta que, "logo após o fim da tempestade", deu conta de que o navio atrás dele tinha desaparecido no mar. Apressou-se a navegar até onde estava o barco e lá encontraram 15 tripulantes. “O barco estava todo iluminado. Por volta das 4h30, já não estava lá", recorda outra testemunha, citada pela ANSA.

Fontes oficiais afirmam que o barco estaria "no sitio errado, à hora errada". Segundo o jornal Il Fatto Quotidiano, a estrutura do barco permaneceu completamente intacta e a única hipótese atualmente em cima da mesa, após a inspeção da corporação dos bombeiros, é que o barco foi apanhado por um remoinho e virou. Foi uma situação surpresa para a tripulação, que não conseguiu fazer com que o barco voltasse ao porto. No momento do naufrágio, o barco encontrava-se a 700 metros da costa.

O município de Bagheria, juntamente com a Cáritas da cidade, a Cruz Vermelha, a Proteção Civil e o município de Santa Flavia recolheram roupa e apoios para ajudar os sobreviventes do naufrágio.

Esta viagem foi oferecida como presente pelo empresário britânico Mike Lynch à família e amigos, após ter sido absolvido em tribunal de acusações por fraude fiscal.

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