Igreja Episcopal de Jerusalém protesta contra encerramento do seu hospital em Gaza

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Em comunicado, emitido em nome da sua Diocese, a Igreja denunciou a decisão, explicando que o hospital "foi forçado a encerrar pelo exército israelita".

Domingo à noite, os arredores do hospital foram palco de um ataque através de drones, referiu ainda. "A isto seguiu-se um anúncio por parte das IDF [as Forças de Defesa de Israel], de que a área foi declarada zona vermelha e que todas as pessoas tinham de abandonar imediatamente todos os edifícios, incluindo todas as pessoas no hospital", explicou a Igreja.

O comunicado cita ainda o arcebispo anglicano Hosam Naoum, da Diocese de Jerusalém, inconformado com a ordem dada pelas IDF. 

"Protestamos contra o encerramento do nosso hospital nos termos mais firmes possíveis. Numa altura de guerra e de grande sofrimento é essencial que os serviços de saúde de emergência sejam mantidos para tratar dos feridos e dos moribundos", considerou o arcebispo.

Hosam Naoum prosseguiu, apelando Israel a permitir a abertura do hospital e a deixar de alvejar civis. O arcebispo pediu ainda a ambas as partes em conflito, Israel e Hamas, para conseguirem um cessar-fogo imediato.

AS IDF não responderam a pedidos de comentário por parte da Agência Reuters.

Israel nega que ataque civis, acusando o Hamas de usar hospitais e escolas para esconder arsenais e instalar sedes do grupo. Mantém ainda que as ordens de evacuação visam proteger precisamente a pouplação civil.

As recentes ordens de evacuação de diversos subúrbios a leste da Cidade de Gaza, estão a causar uma nova vaga de milhares de deslocados no enclave palestiniano.

A ordem de encerramento do hospital administrado pela Igreja Episcopal de Jerusalém vai obrigar à transferência de feridos e de doentes para outro hospital no norte da Faixa de Gaza, numa altura e que escasseiam os locais de tratamento assim como medicamentos.

O "ataque" de outubro de 2023

O hospital Al-Ahli Arab conta com 80 camas e é conhecido como o Hospital Batista, por ter sido gerido pela Convenção Baptista do Sul entre 1954 e 1982, antes de passar para a Igreja Episcopal. Construído no bairro Zaitoun, da Cidade de Gaza, este é o único hospital cristão da Faixa de Gaza.

O Al-Ahli Arab foi palco de uma explosão a 16 de outubro de 2023.

Na altura, o ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, apontou de imediato o dedo a Israe e reportou 471 mortos e 342 feridos causados pelo ataque, alegando que perto do local da explosão estariam abrigadas famílias pelestinianas fugidas das operações israelitas.

Imagens posteriores do local mostraram uma pequena cratera no parque de estacionamento, indiciando que a explosão foi causada pela queda de um morteiro de pequeno calibre usado pelos grupos palestinianos.

Israel negara de imediato qualquer ataque contra o Al-Ahli Arab.

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