Trata-se de um relatório encomendado pela Conferência Episcopal (organismo onde têm assento os bispos do país) a um escritório de advocacia e auditoria em fevereiro de 2022.
O número mínimo de vítimas, segundo a Conferência Episcopal, é deduzido a partir de 1.383 denúncias apresentadas em diversas entidades, entre elas, as próprias dioceses e a Provedoria de Justiça de Espanha.
"O Relatório-Auditoria faz basicamente uma recompilação de casos surgidos em estudos prévios, sem realizar um estudo em profundidade dos mesmos", reconheceu hoje a Conferência Episcopal, num comunicado em que aparentemente lamenta o resultado do trabalho.
Os testemunhos e casos recolhidos abarcam um período de tempo que vai desde 1905 até à atualidade.
O perfil das vítimas é "maioritariamente masculino", os alegados abusadores foram membros do clero e outras pessoas que trabalham ou trabalhavam em instituições da Igreja ou ligadas à comunidade religiosa.
Os locais mais referidos como cenário dos crimes são as escolas católicas e os seminários.
O número de vítimas hoje avançado pela Conferência Episcopal espanhola é muito inferior a uma estimativa apresentada em outubro por uma comissão criada pelo parlamento espanhol e liderada pelo provedor de Justiça.
A estimativa dessa comissão é de que mais de 200 mil pessoas foram vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica em Espanha.
O presidente da Conferência Episcopal espanhola, Juan Jose Omella, considerou que esta estimativa não é fiável e disse na altura que a Igreja tinha conhecimento de 1.125 casos.
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