IL. Oposição pede coerência mas Conselho Nacional rejeita luta interna

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"Eu quero, e acredito que todos nós queremos, um partido mais liberal. O que defendemos para o país temos de defender para o partido", disse o militante da oposição Hugo Condessa na apresentação da proposta denominada "Estatutos + Liberais", assinada por 211 membros da IL, entre os quais o ex-candidato às presidenciais Tiago Mayan Gonçalves e o primeiro presidente do partido, Miguel Ferreira da Silva.

Na VIII Convenção Nacional da IL, no Europarque (Santa Maria da Feira), Hugo Condessa defendeu que a IL deve "ter o membro no centro da ação partidária", "a transparência e a eficiência como bandeiras liberais" e "o mérito" como referência para os métodos eletivos.

"Não basta afirmar tudo isso para o país, eu estou aqui porque temos de começar a aplicar tudo isto para o nosso partido", vincou.

O militante da IL afirmou ainda esperar que o "processo de revisão estatutária fosse verdadeiramente participativo, colaborativo, aberto, plural, marcado por uma tentativa alargada de consenso", mas "isso não veio a acontecer".

Como exemplos, defendeu a descentralização interna "tal como defende para o país", dotando os núcleos "de capacidade e recursos para a ação política local", sem condicionamentos, "subserviência" ou imposições de fora, para que "não sejam uma mera correia de transmissão dos órgãos nacionais".

Hugo Condessa pediu ainda "um partido mais representativo", em que qualquer militante possa apresentar uma candidatura a um órgão interno "sem ter de passar por uma lista fechada ou ter os contactos certos no núcleo A ou B".

Já Miguel Barbosa, que apresentou a proposta de alteração dos estatutos do Conselho Nacional, disse que os estatutos não podem tratar ninguém como inimigo, afirmando que a concorrência não está no interior do partido.

"A nossa concorrência não está aqui. Está lá fora. Provavelmente ávida que nos limitássemos nós, já que continuamos a crescer contra a sua vontade", afirmou.

Referiu ainda que a proposta de estatutos do Conselho Nacional pretende permitir e promover o crescimento do partido com "uma base sólida, competente, cientifica e credível para permitir que as decisões livres e esclarecedoras de todos prevaleçam sempre", sem rasgar com o passado, mas reconhecendo as suas insuficiências e se projete melhor para o futuro.

O objetivo, segundo Miguel Barbosa, é tornar o partido "ágil nos processos, adequando as suas estruturas à realidade de uma forma clara e responsável, com rigor de prever tudo quanto precisamos e nada mais e garantindo tal como hoje que a vontade desta sala seja sempre quem mais ordena".

Uma das medidas prevista é o alargamento do Conselho Nacional para os 107 membros, tendo em vista adaptar a dimensão deste órgão à dimensão do partido. De acordo com a proposta, o Conselho Nacional será composto por 75 membros eleitos em lista, 25 da comissão executiva e sete da mesa da convenção nacional, um novo órgão nacional.

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