IL propõe condenação de regime de Maduro por bloquear entrada de delegações

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Na iniciativa, que será votada pelos deputados após a pausa para férias dos trabalhos parlamentares, a bancada liberal recorda que na sexta-feira, uma delegação do Partido Popular Europeu, composta por dez eurodeputados, onde se incluía o eurodeputado português Sebastião Bugalho, eleito pela coligação Aliança Democrática, "aterrou em Caracas a convite da oposição venezuelana, para acompanhar o processo eleitoral".

A delegação ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois obrigada a regressar a Madrid, Espanha.

Os deputados da IL escrevem que "não foi só esta delegação" que foi proibida de entrar na Venezuela, referindo que "também o Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou que um avião que transportava vários ex-chefes-de-Estado para participar como observadores nas eleições de domingo foi impedido de levantar voo".

"O avião que transportava a ex-Presidente do Panamá Mireya Moscoso, o ex-Presidente do México Vicent Fox e outros ex-Presidentes não foi autorizado a descolar de Tocumen, enquanto permanecessem a bordo, devido ao bloqueio do espaço aéreo venezuelano. Por fim, foi anunciado que as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas da Venezuela vão ficar fechadas para pessoas e veículos até as 08h00 de segunda-feira, dia 29", lê-se na iniciativa.

Na ótica dos deputados liberais, "todas estas tentativas de impedir o escrutínio eleitoral demonstram o receio que o regime de Nicolás Maduro tem de perder estas eleições".

No projeto, lê-se ainda que "a repressão e constantes violações ao Acordo de Barbados, levaram a que a líder da oposição, María Corina Machado, fosse impedida de se candidatar a estas eleições" e "da mesma forma, também Corina Yoris, a segunda escolha da oposição, foi impedida de ser candidata".

"Mais recentemente, Nicolás Maduro ameaçou o povo venezuelano, que se não vencesse as eleições haveria um «banho de sangue» numa «guerra civil fratricida». Estas ameaças comprovam que a derrota para Maduro é uma hipótese cada vez mais forte, e que tudo fará para se manter no poder", defendem.

Os liberais salientam que "a melhor maneira de proteger a comunidade portuguesa e luso-descendente no país não é ignorar o que se passa, mas sim condenar a situação para garantir que as vozes que se elevam contra a ditadura não se calem hoje nem amanhã". A IL propõe que o parlamento português condene "veementemente o bloqueio de todas as delegações de observadores internacionais de entrarem na Venezuela para escrutinarem o processo eleitoral de dia 28 de julho, bem como todas as violações dos valores basilares da democracia perpetrados pelo regime de Nicolás Maduro".

Hoje, o Presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, garantiu que respeitará o resultado das eleições presidenciais, que será divulgado no final do dia, apelando ainda aos restantes nove candidatos que façam o mesmo.

No sábado, o líder venezuelano afirmou que os antigos presidentes latino-americanos que foram impedidos de viajar para a Venezuela, onde estariam a convite da oposição para acompanhar as presidenciais, não tinham autorização para atuar como observadores.

Mais de 21 milhões de venezuelanos escolhem hoje entre reeleger o Presidente, Nicolás Maduro, ou votar contra o herdeiro do chavismo, que nas sondagens tem estado atrás da oposição, encabeçada pelo diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, da Mesa Unitária Democrática.

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