Inflação deixa Wall Street sem pé. Mineradoras de cripto caem com estrondo

8 meses atrás 87

Os principais índices em Wall Street encerraram sem tendência definida, numa sessão em que os investidores estiveram a digerir os números da inflação dos Estados Unidos divulgados minutos antes do início da sessão desta quinta-feira.

O índice de preços no consumidor acelerou para 3,4% em dezembro, o valor mais elevado dos últimos três meses. Os economistas ouvidos pela Reuters esperavam um abrandamento para 3,2%. Em termos mensais foi registada uma subida de 0,3%.

Já a inflação subjacente, que exclui alimentação e energia, subiu para 3,9% em dezembro em termos homólogos, acima dos 3,8% esperados pelos analistas.

O Dow Jones avançou 0,04%, nos 37.711,02 pontos. Já o S&P 500 deslizou 0,07%, para os 4.780,24 pontos, e o tecnológico Nasdaq Composite somou 0,04% até aos 14.970,19 pontos.

Os participantes do mercado estimam agora em 60% a possibilidade de um corte de juros pela Fed, face a 70% antes dos números da inflação terem sido conhecidos.

Face a estes dados a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, de referência, agravou-se voltando a ultrapassar a fasquia dos 4% e renovando pressão nas "megacaps", empresas com maior capitalização bolsista.Ainda a penalizar os mercados acionistas esteve o número de pedidos de desemprego da semana passada que subiu inesperadamente para 202 mil o que mostra a robustez do mercado laboral.

"O relatório de hoje da inflação reforça a ideia de que o mercado ficou um pouco entusiasmado de mais com o 'timing' dos cortes das taxas de juro", alertou à Reuters Seema Shah, estratega da Principal Asset Management.

"Estes números não são maus, mas mostram que o progresso da desinflação ainda é lento e é improvável que seja uma linha reta até aos 2%. No entanto, embora o mercado estivesse provavelmente demasiado entusiasmado nas suas expectativas iniciais, as estrelas devem finalmente alinhar-se para os cortes da Fed - muito provavelmente em meados do ano", estima.

Entre os principais movimentos de mercado, a Microsoft ultrapassou por momentos a Apple como a empresa mais valiosa do mundo. As ações da fabricante do iPhone acabaram por recuar 0,32% nos 185,59 dólares, enquanto que a gigante tecnológica avançou 0,49% até aos 384,63 dólares.

A Tesla, por sua vez, perdeu 2,87% após ter informado que vai suspender por duas semanas a produção na "gigafactory" de Berlim, devido à falta de componentes decorrente das alterações nas rotas marítimas por causa dos ataques a navios no Mar Vermelho.

Já os títulos relacionados com criptomoedas inverteram os ganhos do início da sessão e acabaram por acumular fortes quedas. Isto depois de esta quarta-feira, já após o fecho da sessão, o regulador financeiro norte-americano (SEC, na sigla em inglês) ter dado "luz verde" aos primeiros "exchange traded funds" (ETF) com exposição ao preço "spot" da bitcoin.

Títulos como a Coinbase, Marathon Digital e a Riot Platforms caíram entre 7% e 15,82% esta quinta-feira. Estas cotadas foram das que mais valorizaram em 2023: a Marathon pulou quase 590%, ao passo que a Riot cresceu acima dos 350%.

A bitcoin recua 0,83% para 46.281,2 dólares, num dia em que na estreia dos ETF de bitcoin foram movimentados 3,5 mil milhões de dólares.

Os investidores viram agora as atenções para os preços no produtor também nos EUA e para os resultados de algumas das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos, como o JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo e Citigroup, que serão divulgados esta sexta-feira.

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