Andrés Iniesta confessou esta terça-feira que sofre com a situação do antigo companheiro de equipa Xavi Hernández no Barcelona. Em entrevista ao jornal italiano 'Gazzeta dello Sport', o jogador formado em La Masia garante que a decisão do técnico catalão foi ponderada, referindo que se decidiu renunciar ao cargo foi "apenas para o bem do Barcelona".
"Eu sofro com ele, como adepto e como amigo. Porque sei o quanto ele se preocupava em treinar o Barça e o quanto se preocupa com este clube. Pôs uma paixão incrível nisto e ninguém quer que as coisas corram melhor do que ele próprio. E não o faz para si próprio ou para a sua glória pessoal, mas porque ama o clube. É evidente que se ele decidiu demitir-se é apenas para o bem do Barça", declarou.
Antiga lenda do meio-campo do Barcelona, Iniesta foi desafiado a analisar a eliminatória de hoje dos blaugrana frente ao Nápoles na Liga dos Campeões, depois do empate por 1-1 na primeira mão, referindo que será um confronto "complicado", mas espera que os adeptos consigam recriar uma "atmosfera semelhante à de Camp Nou" para embalar a equipa para os quartos-de-final da prova milionária.
"O Barça esteve bem na primeira mão, mas não ganhou. E o Nápoles melhorou nas últimas três semanas, devido aos sentimentos mais positivos ligados à mudança de treinador, enquanto que Xavi perdeu dois jogadores importantes como Pedri e De Jong. Tenho fé na evolução do Barça, mas não será fácil porque o contexto é particular e uma eventual eliminação seria muito pesada para o clube", frisou.
O futebolista, de 39 anos, destacou a aposta na formação do clube e elogiou a evolução e a ascensão de jogadores jovens como Lamine Yamal e Pau Cubarsí, embora acredite que a integração no plantel principal resulte de um contexto muito específico, alertando que os jovens não devem ser os principais responsáveis a suportar a exigência de um clube como o Barcelona.
"Por um lado, é excecional que jogadores tão jovens cheguem à equipa principal e joguem tão bem. Por outro, penso que estas coisas são sempre o resultado de uma equipa em crise. Não me parece que jogadores tão jovens tenham de 'puxar um carro' tão exigente como o do Barça. E depois é preciso ter cuidado, é muito difícil gerir estas coisas entre a necessidade de uma equipa e o desejo de um jovem", avisou.
Recorde-se que Andrés Iniesta formou com Xavi uma das duplas de meio campo mais marcantes da história do futebol. Juntos conquistaram 22 títulos, com destaque para um Campeonato do Mundo e dois Campeonatos da Europa ao serviço da seleção espanhola, bem como quatro Ligas dos Campeões e sete campeonatos pelo Barcelona.
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