Inquérito aos bancos europeus leva BCE a concluir que procura de crédito atingiu pico de queda

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O banco central conclui que os bancos consideram que a procura de crédito na zona euro está a estabilizar. O BCE publicou no seu site os resultados do “Inquérito sobre o mercado de crédito bancário da área do euro de janeiro de 2024”.

O BCE publicou no seu site os resultados do “Inquérito sobre o mercado de crédito bancário da área do euro de janeiro de 2024”. O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da área do euro, realizado quatro vezes por ano, foi desenvolvido pelo Eurosistema. Os resultados reportados no inquérito de janeiro de 2024 referem-se a alterações observadas no quarto trimestre de 2023 e a alterações esperadas no primeiro trimestre de 2024, explica o banco central.

O banco central conclui que os bancos consideram que a procura de crédito na zona euro está a estabilizar.

O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito revela que os critérios de concessão de empréstimos se tornaram moderadamente mais rigorosos. A procura de crédito na zona euro pode estar a atingir o seu ponto mais baixo, depois de ter caído durante mais de um ano, devido ao aumento das taxas de juro e a uma economia em dificuldades, de acordo com o Banco Central Europeu.

Em todas as categorias de empréstimos, a diminuição da procura foi impulsionada pelo nível geral das taxas de juro.

“Registou-se um novo aumento líquido moderado da restritividade dos critérios de concessão de crédito às empresas, prevendo-se uma maior restritividade no primeiro trimestre de 2024”, lê-se no site do BCE. O mesmo documento diz que a procura de empréstimos por parte das empresas e das famílias continuou a diminuir substancialmente, embora de forma menos acentuada do que no trimestre anterior.

Os bancos também comunicaram uma nova maior restritividade líquida dos critérios de concessão de crédito às famílias, que foi baixa para os empréstimos às famílias para aquisição de habitação e mais pronunciada para o crédito ao consumo e outros empréstimos às famílias (percentagens líquidas de 2% e 11%, respetivamente). As percepções de risco foram um dos principais impulsionadores da maior restritividade dos critérios de concessão de empréstimos às empresas e às famílias, tendo a menor tolerância ao risco também impulsionado a maior restritividade dos critérios de concessão de crédito ao consumo.

As condições de concessão de crédito bancário tornaram-se mais restritivas nos sectores imobiliário e da construção do que noutros sectores, é outra das conclusões.

Mas no inquérito do BCE os bancos europeus, pela primeira vez desde o início de 2022, esperam um pequeno aumento líquido na procura de crédito a empresas e de crédito à habitação no primeiro trimestre de 2024.

O BCE revela ainda que, “de acordo com os bancos inquiridos, o seu acesso ao financiamento melhorou ligeiramente no que respeita aos mercados monetários, aos depósitos de longo prazo e aos títulos de dívida, ao passo que o seu acesso ao financiamento de retalho de curto prazo e à titularização se tornou ligeiramente mais restritivo no quarto trimestre de 2023”.

Os bancos da área do euro indicaram que as medidas de supervisão ou regulamentares contribuíram para níveis mais elevados de fundos próprios, bem como de ativos líquidos e ativos ponderados pelo risco (RWA), e “tiveram um impacto líquido mais restritivo nos respetivos critérios de concessão de crédito e margens de crédito na maioria das categorias de empréstimos em 2023”.

Os bancos também relataram que a diminuição do excesso de liquidez detida junto do Eurosistema no segundo semestre de 2023 teve apenas um impacto limitado nas suas condições de crédito.

Os riscos de crédito percepcionados nas carteiras de crédito dos bancos tiveram um impacto moderado na maior restritividade nos critérios de concessão de empréstimos a empresas e no crédito ao consumo no segundo semestre de 2023, ao passo que o impacto foi neutro nos empréstimos à habitação, conclui o inquérito.

A ronda de inquéritos de janeiro de 2024 foi realizada entre 8 de dezembro de 2023 e 2 de janeiro de 2024. Foram inquiridos um total de 157 bancos, com uma taxa de resposta de 100%.

A autoridades monetária devem deixar os custos de empréstimos inalterados na quinta-feira, segundo a Bloomberg.

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