Portugal “tem uma proposta de valor intrínseca” e isso não muda seja qual for o cenário eleitoral que saia das legislativas de 10 de março, destaca Miguel Farinha em entrevista ao JE. No entanto, a burocracia, morosidade da justiça e instabilidade fiscal são fatores que impactam nas decisões de investimento, alerta este responsável.
Os investidores estão mais recetivos a canalizar o investimento para países em que os governos sejam moderados e que tratem bem desse investimento, de acordo com testemunho de Miguel Farinha, o novo líder da EY, em entrevista ao JE que pode ler na edição semanal desta sexta-feira.
Sobre se o contexto político incerto pode dificultar a atração de investimento, Miguel Farinha realça ao JE que Portugal “tem uma proposta de valor intrínseca que tem elementos excelentes” e que, esses argumentos “não mudam com os governos”. “A qualidade dos nossos recursos humanos, a sua flexibilidade e adaptabilidade, ou as nossas redes viárias e de comunicações, as nossas infraestruturas estão cá e são valorizadas pelos investidores”, sublinha este responsável.
No entanto, alerta Miguel Farinha que os investidores (nacionais inclusivamente) “não são alheios ao contexto burocrático, por exemplo, à morosidade da justiça ou à instabilidade fiscal. Estes são elementos que impactam nas decisões de investimento e apesar disso estamos há uma década no top 10 e somos hoje o sexto país europeu mais atrativo para o investimento estrangeiro”.
“Se me pergunta se os investidores preferem governos que não sejam de extremos, ou suportados politicamente por extremos, dir-lhe-ia apenas que preferem governos moderados, nos quais o investimento é apreciado e acarinhado e ao qual são garantidas condições de estabilidade e de previsibilidade. Creio, por isso, que algum do “esperar para ver” que se sente se prenda com a clarificação política que resultará das eleições do próximo dia 10 de março”, realça Miguel Farinha.