Investigadores criam arroz híbrido, com células de carne e gordura

7 meses atrás 68

O novo arroz enriquecido produzido em laboratório pode servir para “alívio da fome, ração militar ou mesmo para comida espacial”, contam os investigadores por trás da criação. O arroz híbrido é revestido com gelatina de peixe para ajudar as células de carne e de gordura a ‘agarrarem-se’ melhor e depois é mantido numa placa de petri durante 11 dias.

Segundo o Matter, este tipo de arroz é mais firme e mais poroso do que o convencional, mas destaca-se pelo maior aporte de proteína e por ter uma menor pegada ambiental: produzir 100 gramas equivale a 6,27 quilos de emissões poluentes, enquanto que para produzir 100 gramas de carne se liberta 49,89 quilos. Sohyeon Park, que participou na descoberta, explica que “geralmente obtemos a proteína a partir de gado, mas a produção de gado consome muitos recursos e água e liberta muitos gases de estufa. Imaginemos obter todos os nutrientes de que necessitamos a partir de um arroz proteico com cultura de células”.

O facto de que o arroz pudesse ser um ambiente tão fértil para a cultura de células apanhou a equipa de surpresa. Mas depois da descoberta, trabalharam para garantir que o arroz pudesse servir de ‘andaime’ ou estrutura para as células crescerem. Ainda assim, o aumento de proteína deste arroz face ao convencional é reduzido, pelo que mais trabalho é necessário para perceber se é uma alternativa viável para substituir integralmente os produtos de origem animal.

Recorde-se que a produção de alimentos em laboratório tem vindo a ser uma tendência, com dezenas de equipas e empresas a operarem neste segmento e a desenvolverem novos produtos.

O professor Neil Ward, da Universidade de East Anglia, afirma que “embora os dados de custos e impacto climático sejam bastante positivos, um teste crítico é sobre o apetite do público para este tipo de comidas desenvolvidas em laboratório”, enquanto Bridget Benelam, da British Nutrition Foundation, destaca que “desenvolver uma dieta que suporte a saúde de pessoas e do planeta é um grande desafio. Este estudo demonstra uma abordagem inovativa que pode contribuir para a solução”

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