A autoridade britânica CMA iniciou um processo de análise esta terça-feira e está a receber comentários até 13 de agosto, porque não abriu uma investigação formal. A dúvida é se o acordo entre a Alphabet e a startup norte-americana terá resultado “na criação de uma situação de fusão” que restringe a concorrência.
A parceria entre a Alphabet, dona da Google, e a startup Anthropic, um dos nomes mais sonantes na área da Inteligência Artificial (IA), está sob investigação pelo regulador da concorrência britânico. A Autoridade da Concorrência e Mercados (CMA – Competition and Markets Authority) informou esta terça-feira que está a analisar se o acordo resulta em menor concorrência.
A CMA iniciou o processo de avaliação neste dia 30 de julho, mas está a receber comentários até ao próximo dia 13 de agosto, até porque não foi aberta uma investigação formal por parte da homóloga da portuguesa Autoridade da Concorrência (AdC).
O supervisor encontra-se “a considerar se é ou pode ser o caso de a parceria da Alphabet com a Anthropic ter resultado na criação de uma situação de fusão relevante ao abrigo das disposições de fusão do Enterprise Act 2002 e, em caso afirmativo, se se pode esperar que a criação dessa situação resulte numa diminuição substancial da concorrência em qualquer mercado ou mercados no Reino Unido de bens ou serviços”.
A informação sobre a investigação, e o convite à participação das partes interessadas, está disponível online e foi consultada pelo Jornal Económico. Em causa está um investimento de 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) na tecnológica norte-americana Anthropic, que desenvolve modelos de IA.
Um porta-voz da Antrópico disse ao canal “CNBC” que a empresa irá cooperar com a CMA e “fornecer-lhes uma visão completa sobre o investimento da Google e a nossa colaboração comercial”. “Somos uma empresa independente e nenhuma das nossas parcerias estratégicas ou relações com investidores diminui a independência da nossa governance corporativa ou a nossa liberdade de parceria com terceiros”, esclareceu.
Da mesma forma, a Google garantiu ao canal informativo que se encontra “empenhada em construir o ecossistema de IA mais aberto e inovador do mundo” e que a Anthropic – criadora do Claude, concorrente do ChatGPT – é “livre para utilizar vários fornecedores de cloud”. “E assim o faz. Não exigimos direitos tecnológicos exclusivos”, assegurou fonte oficial da empresa que apresentou, na semana passada, lucros de 47 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) no primeiro semestre.