Investimento de private equity na saúde atinge os 60 mil milhões de dólares em 2023

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A Biopharma capturou a parte de leão ao representar 48% do valor global. Já naEuropa, os valores de negociação anunciados caíram aproximadamente 44% em termos anuais, dos 25 mil milhões de dólares para os 14 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) em 2023.

O novo Global Healthcare Private Equity (PE) and Mergers & Acquisitions (M&A) Report da Bain & Company revela que os negócios de private equity na saúde atingiram 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em operações anunciadas em 2023.

Segundo avança o relatório global de M&A na Saúde da Bain & Company, o sector da saúde manteve-se firme enquanto hub para os negócios de private equity em 2023, “atingindo cerca de 60 mil milhões de dólares em operações anunciadas, apesar das taxas de juro mais elevadas globalmente, das pressões inflacionistas e da ampla incerteza geopolítica”.

A Biopharma capturou a parte de leão ao representar 48% do valor global, incluindo seis negócios superiores a 2 mil milhões de dólares.

Na Europa, os valores de negociação anunciados caíram aproximadamente 44% em termos anuais, dos 25 mil milhões de dólares em 2022 para os 14 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) em 2023.

Os mercados de crédito limitados e a disrupção contínua causada pela inflação laboral e nos custos em geral atenuaram a atividade nos setores do retalho da Saúde e dos prestadores, avança a Bain que acrescenta que a Europa também assistiu a vários processos que foram anunciados e não resultaram em transações, já que compradores e vendedores não conseguiram alinhar-se nas suas avaliações.

“Em 2024, os investidores vão continuar a apostar na natureza transformadora da IA generativa, em novas modalidades e terapias inovadoras e a encarar a Índia como uma base para a aplicação do capital em larga escala na Saúde”, acrescenta o mais recente Global Healthcare Private Equity Report 2023 da Bain & Company.

“Comparativamente aos negócios de private equity em todo o mundo, assistimos a uma relativa resiliência das negociações no setor da saúde o ano passado. Suspeitamos que 2024 vai ser um ano de recuperação, à medida que compradores e vendedores trabalham para preencher a lacuna entre avaliações”, defende Kara Murphy, co-diretora de Private Equity em Saúde da Bain & Company.

“A inovação e a tecnologia a vão manter-se na vanguarda dos temas de investimento ao longo de toda a cadeia de valor. Os investidores devem considerar cuidadosamente a evolução do papel da Inteligência Artificial (IA), os impactos do GLP-1 e o crescimento dos cuidados de saúde assentes no valor das empresas em carteira e em novos investimentos”, acrescenta Murphy.

Já para Álvaro Pires, Sócio da Bain & Company em Lisboa, “apesar do início mais lento em 2023, vemos sinais favoráveis no mercado de aquisições”.

“Em 2024, os investidores vão precisar de estabelecer uma maior confiança nas oportunidades de criação de valor e pensar além da pura diligência comercial. Os investidores bem-sucedidos avaliarão um conjunto mais amplo de fatores no início do seu processo para criar valor rapidamente”, defende o sócio da consultora.

Em termos de conclusões-chave do Global Healthcare Private Equity (PE) and Mergers & Acquisitions (M&A) Report da Bain & Company destaca-se a importância da IA e terapias inovadoras, como as GLP-1 (classe de medicamentos utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade), que estão a transformar o cenário de investimentos.

À medida que os investidores procuram diversificar a sua actividade de aquisição na Ásia-Pacífico, a Índia é encarada como uma base para a aplicação do capital em larga escala na Saúde, segundo o estudo.

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