Irão executa outro prisioneiro detido nos protestos nacionais de 2022

7 meses atrás 62

O enforcamento de Mohammad Qobadlu, que tinha sido condenado pela morte de um polícia, foi criticado por peritos das Nações Unidas (ONU) que afirmaram que Qobadlu enfrentou um processo injusto e que este sofria de uma deficiência psicossocial. Foi a nona execução desde os protestos, de acordo com uma contagem efetuada pela Associated Press (AP).

Uma reportagem na televisão estatal iraniana disse que Qobadlu foi executado após ter sido condenado por matar um polícia e ferir outros cinco, quando os atropelou no seu carro durante uma manifestação na cidade de Parand, perto da capital Teerão.

Segundo a reportagem televisiva, Qobadlu, de 23 anos, que confessou o crime, teve acesso a um advogado durante o julgamento. Qobadlu tinha recorrido da sua sentença de morte, proferida por um tribunal de primeira instância, mas o Supremo Tribunal confirmou posteriormente o veredicto original.

O grupo de peritos da ONU declarou-se "alarmado" com os relatos de processos judiciais injustos no Irão, incluindo o que, segundo eles, foi a negação do acesso a advogados.

O advogado de Qobadlu, Amir Raisian, disse numa mensagem na rede social X (antigo Twitter) que o veredicto e a sentença vieram apesar dos seus esforços para apelar a outro julgamento para o seu cliente. Segundo Raisian, a execução poderia ser caracterizada como "assassínio".

A agitação que durou meses seguiu-se à morte sob custódia, em 16 de setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos que tinha sido detida pela polícia moral do Irão, alegadamente por não usar de forma correta o véu islâmico obrigatório (hijab).

Pelo menos 529 pessoas foram mortas e muitos milhares foram detidas durante as manifestações. Os protestos abrandaram gradualmente nos primeiros meses do ano passado.

Em dezembro, o Irão executou um guarda bancário condenado por ter morto um clérigo em abril passado. O Ayatollah Abbas Ali Soleimani, de 77 anos, foi o membro mais antigo do clero morto desde os protestos e a subsequente repressão dos manifestantes por parte das autoridades. O motivo do tiroteio com o guarda não foi explicado.

Embora o clero xiita tenha desempenhado durante muito tempo um papel importante no Irão, sobretudo após a Revolução Islâmica de 1979, o descontentamento aumentou nos últimos anos durante as vagas de protestos sobre questões económicas, políticas e de direitos civis.

Em novembro, o Irão enforcou Milad Zhohrevand, de 21 anos, na cidade ocidental de Hamadan, por ter disparado e matado um membro da Guarda Revolucionária durante os protestos.

Separadamente, na terça-feira, o Irão enforcou Farhad Salimi, um clérigo curdo que tinha passado 14 anos atrás das grades por causa do assassinato de outro clérigo, informaram grupos de defesa dos direitos humanos.

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