Irão reivindica ataques contra alvos do EI e israelitas na Síria e no Iraque

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O Irão lançou hoje ataques contra alvos ligados ao grupo `jihadista` Estado Islâmico e "espiões do regime sionista (Israel)" na Síria e no Iraque, onde atingiu uma área perto do consulado dos Estados Unidos, no Curdistão iraquiano.

A Guarda Revolucionária do Irão identificou "os locais de reunião dos comandantes e elementos-chave ligados às recentes operações terroristas, particularmente do ISIS [acrónimo do grupo radical EI], nos territórios ocupados da Síria e destruiu-os disparando um determinado número de mísseis balísticos", pode ler-se no Sepah News, o `site` oficial desta divisão de elite das forças armadas iranianas.

A nota sobre este bombardeamento especificou, em concreto, que esta foi uma resposta ao duplo ataque perpetrado no início de janeiro no Irão e reivindicado pelo EI.

Numa outra declaração divulgada pouco depois nos meios de comunicação estatais, a Guarda Revolucionária reivindicou um ataque contra a sede da Mossad, a agência de inteligência israelita, na região curda do Iraque.

Fontes de segurança iraquianas confirmaram à agência Efe que pelo menos oito mísseis caíram perto do consulado dos EUA, um edifício em construção, no Curdistão iraquiano.

Já o Conselho de Segurança do Curdistão anunciou que o ataque iraniano fez quatro mortos entre civis e seis feridos, noticiou a agência France-Presse (AFP). O partido no poder em Erbil, o Partido Democrático do Curdistão (KDP), relatou a morte de civis, incluindo um magnata do imobiliário e membros da sua família.

De acordo com a Associated Press (AP), que não relatou imediatamente a existência de vítimas, fonte de uma milícia iraquiana apoiada pelo Irão referiu que 10 mísseis caíram na área perto do consulado dos EUA, lançados pela Guarda Revolucionária do Irão.

O grupo extremista EI assumiu a responsabilidade, no início deste mês, por dois atentados suicidas contra uma comemoração de um general iraniano morto em um ataque de `drones` nos EUA em 2020.

O ataque, que ocorreu em Kerman, matou pelo menos 84 pessoas e feriu outras 284 numa cerimónia em homenagem ao general da Guarda Revolucionária Qassem Soleimani.

No mês passado, o Irão acusou Israel de matar um general iraniano de alto escalão, Seyed Razi Mousavi, num ataque aéreo num bairro de Damasco, capital da Síria.

Os ataques ocorrem num momento de tensões na região e de receios de repercussões mais amplas da guerra em curso em Gaza, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Desde a eclosão da guerra Israel-Hamas, em 07 de outubro, milícias apoiadas pelo Irão no Iraque lançaram ataques quase diários de `drones` contra bases que abrigam forças dos EUA no Iraque e na Síria, que os grupos disseram ser uma retaliação ao apoio de Washington a Israel e uma tentativa de forçar as tropas dos EUA a deixar a região.

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