Isabel Camarinha, a primeira mulher à frente da CGTP, termina hoje o mandato

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A primeira mulher eleita secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Isabel Camarinha, deixa esta sexta-feira o cargo, por ter atingido o limite de idade, após um mandato de quatro anos marcado pela pandemia e pelo aumento do custo de vida.

Com 63 anos de idade, Isabel Camarinha deixa esta sexta-feira a liderança da CGTP no XV Congresso da Intersindical, que se realiza no Seixal (distrito de Setúbal) esta sexta-feira e sábado, porque atingiria a idade da reforma num novo mandato, o que não é permitido pelas regras internas da central sindical.

A sindicalista foi eleita secretária-geral da CGTP em fevereiro de 2020 e, no mês seguinte, foi decretada no país a pandemia de covid-19, que gerou dificuldades na atividade sindical, numa altura em que era preciso assegurar que os trabalhadores tinham garantidos os seus direitos e as condições de saúde e segurança.

O início da guerra na Ucrânia, a elevada inflação e o aumento do custo de vida marcaram os anos seguintes do mandato, numa altura em que a CGTP exigiu nas ruas e nos locais de trabalho aumentos salariais superiores à inflação, num contexto político marcado por duas dissoluções da Assembleia da República.

"Todos os mandatos têm as suas dificuldades, até porque a vida dos trabalhadores, toda esta realidade da exploração dos trabalhadores obriga sempre a uma grande intervenção, uma grande ação por parte dos sindicatos da CGTP, mas este mandato, de facto, teve algumas características diferentes de qualquer outro", disse Isabel Camarinha em entrevista à Lusa, publicada na terça-feira.

Isabel Camarinha, que começou o seu percurso sindical há mais de 30 anos, diz que vai continuar na luta por melhores condições de vida e de trabalho no Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP), do qual é dirigente desde 1991.

No plano profissional, Camarinha é técnica administrativa no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) desde 1981, tendo também trabalhado em outras estruturas sindicais.

"Foi uma vida dedicada aos trabalhadores e à defesa dos seus direitos e interesses", realçou a sindicalista à Lusa.

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