Israel à "procura de paz" e de "reconciliação histórica com árabes". O discurso de Netanyahu na ONU

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Guerra no Médio Oriente

27 set, 2024 - 15:11 • Diogo Camilo

Na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Israel acusou o Irão de estar por detrás dos ataques do Hamas, do Hezbollah, de houtis no Iémen e de xiitas no Iraque e ameaçou Teerão que "o longo braço de Israel" chega a todo o lado.

Benjamin Netanyahu apareceu esta sexta-feira na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, para dizer que Israel “procura a paz” no Médio Oriente e acusar o Irão de apoiar todos os ataques a território israelita no último ano e ameaçar que o “longo braço de Israel” pode chegar a qualquer lado.

Começando o discurso por indicar que não planeava vir este ano, o primeiro-ministro israelita indicou a “sua verdade”.

“O meu país está em guerra, a lutar pela sua sobrevivência. Mas depois de ouvir as mentiras e injúrias direcionadas ao meu país por muitos que passaram por este local, vim aqui esclarecer as coisas. Vim aqui falar pelo meu povo, falar pelo meu país, falar a verdade. Aqui vai a verdade: Israel procura a paz. Israel fez paz e fará paz novamente”, afirmou, lembrando o seu discurso do ano anterior sobre a “benção e a maldição” de Israel.

Netanyahu indicou que o país enfrenta “inimigos selvagens” que procuram a aniquilação de israelitas e que apenas se tenta defender de “assassinos”. “Eles não procuram apenas destruir-nos, procuram destruir a nossa inteira civilização e trazer-nos novamente para uma idade das trevas”, disse, indicando que o povo de Israel enfrenta agora a escolha entre a “maldição da interminável agressão do Irão” ou a “benção de uma reconciliação histórica entre árabes e judeus”.

O chefe de Governo de Israel acusou ainda o Irão de apoiar a invasão de terroristas do Hamas a 7 de outubro do ano passado, garantindo que Israel “não descansará” enquanto todos os reféns sejam resgatados, passando a falar de alguns dos familiares de reféns que estão presentes na plateia da Assembleia-Geral da ONU.

“A maldição de 7 de outubro começou quando o Hamas invadiu Israel a partir de Gaza. Mas não acabou aí. Israel foi obrigado a defender-se em seis novas frentes de ataque organizadas pelo Irão”, mencionando ataques do Hezbollah a partir do Líbano, de houtis no Iémen, milícias xiitas no Iraque, e de terroristas palestinianos, todos apoiados pelo Irão, além de ataques do próprio Irão.

“Tenho uma mensagem para os tiranos de Teerão: se nos atacarem, atacar-vos-emos. Não há nenhum lugar no Irão onde o longo braço de Israel não consiga chegar. E isso é verdade para o resto do Médio Oriente”, disse, perante lugares vazios da comitiva iraniana, exclamando que Israel “está a ganhar”.

Mostrando mapas da “maldição” do eixo Irão-Iraque-Síria e do “futuro de esperança” com Israel, Arábia Saudita e Egito, Netanyahu avisou que, se a agressão do Irão não for confrontada, irá colocar em perigo todos os países do Médio Oriente e muitos no resto do mundo.

O discurso de Netanyahu acontece numa altura em que está em cima da mesa uma proposta para um cessar-fogo na fronteira entre Israel e o Líbano.

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