Israel confirma morte de 4 reféns em posse do Hamas

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Os três homens - Amiram Cooper, Yoram Metzger e Haim Peri - tinham todos acima de 80 anos, parecendo fracos e preocupados num vídeo divulgado em dezembro pelo Hamas sob o título "Não nos deixem envelhecer aqui".

O quarto refém foi identificado como Nadav Popplewell, um cidadão israelo-britânico de 51 anos, cuja morte foi confirmada pelas autoridades israelitas e pelo kibutz Nirim, onde residia.

O Hamas indicou em maio que Popplewell morreu após ser ferido num ataque aéreo israelita, mas não forneceu provas.

O porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, disse hoje que os quatro homens morreram juntos na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, durante operações israelitas na região, mas a causa das mortes não é ainda conhecida.

"Estamos a verificar todas as opções", disse Hagari, acrescentando que "há muitas perguntas".

Israel realizou uma grande ofensiva em Khan Yunis, um reduto do Hamas, no início deste ano, no âmbito das operações militares no enclave palestiniano que se prolongam desde 07 de outubro.

Cooper, Metzger e Peri apareceram num vídeo de propaganda do Hamas no qual este último, claramente sob coação, dizia que os três homens tinham doenças crónicas e acusava Israel de os ter abandonado.

Quanto a Popplewell, horas antes de anunciar a sua morte, em maio, as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, divulgaram um vídeo no qual parecia comunicativo, embora tivesse um grande hematoma no olho direito.

O cidadão israelo-britânico foi sequestrado na sua casa durante os ataques do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro com a sua mãe, Channah Peri, de 79 anos, que foi libertada durante a trégua de uma semana alcançada em novembro.

O seu irmão Roi morreu durante os ataques do Hamas, segundo a imprensa israelita.

As mortes somaram-se à crescente lista de reféns que, de acordo com dados de Telavive, morreram em cativeiro.

No dia 07 de outubro, o Hamas levou cerca de 250 reféns para a Faixa de Gaza e perto de metade foram libertados durante o breve cessar-fogo em novembro.

Dos cerca de 130 reféns restantes, acredita-se que 85 ainda estejam vivos.

A notícia da morte dos reféns surge numa fase em que Israel e o Hamas estão a negociar um plano em três fases, divulgado na sexta-feira pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, com vista a alcançar uma trégua permanente, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e reforço da entrada de ajuda humanitária no enclave, a par da libertação das pessoas em cativeiro.

O plano foi bem recebido pelo Hamas, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse hoje que a trégua seria temporária, ao mesmo tempo que mantém a ofensiva militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e enfrenta pressões crescentes dos seus aliados de extrema-direita e manifestações nas ruas a exigir a sua demissão e a libertação dos reféns.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que provocou mais de 36 mil mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde do governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano, onde a guerra conduziu a uma grave crise humanitária.

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