Israel declara António Guterres ‘persona non grata’

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O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, volta a criticar fortemente o secretário-geral da ONU, tal como fez já diversas vezes desde que o Hamas irrompeu pelo território israelita a 7 de outubro passado.

A relação entre o atual governo de Israel e o secretário-geral da ONU, António Guterres, dificilmente podia ser mais conflituosa e o acumular de desentendimentos resultou agora na decisão oficial do executivo liderado por Benjamin Netanyahu declarar o líder das Nações Unidas “persona non grata” no país.

Desta vez, está em causa o facto de, alegadamente, Guterres não ter condenado o ataque iraniano desta terça-feira ao território israelita. “Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros Israel Katz em comunicado.

Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis. “Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o ex-primeiro-ministro português nas redes sociais.

A declaração não nomeia especificamente o ataque do Irão, o que enfureceu Katz e o executivo israelita – que passou o último ano a queixar-se de Guterres. Vale a pena recordar que cerca de 15 dias depois do ataque do Hamas, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a renúncia do secretário-geral da organização, após um discurso que o governo hebraico considerou “distorcido e imoral”. Guterres disse então reunião que os ataques da milícia palestiniana “não surgiram do nada”, sugerindo uma justificação para as ações de 7 de outubro.

Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira passada num bombardeamento israelita em Beirute.

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