Israel diz que Ramadão pode ser usado para iniciar "2.ª fase" dos ataques

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"O principal objetivo do Hamas é usar o Ramadão, com destaque para o Monte do Templo e Jerusalém, e torná-lo a segunda fase do seu plano que começou em 07 de outubro", destacou Yoav Gallant durante uma avaliação do Comando Central das Forças Armadas de Israel.

Para o governante, o principal objetivo do Hamas está a ser "amplificado pelo Irão e pelo Hezbollah".

O responsável pela pasta da Defesa tem defendido não dar margem ao movimento islamita palestiniano.

"Não deveríamos dar ao Hamas o que não foi capaz de alcançar desde o início da guerra", frisou Gallant, de acordo com o jornal israelita 'The Times of Israel', citado pela agência Europa Press.

Em declarações interpretadas como direcionadas ao ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, de extrema-direita, o ministro da Defesa defendeu que devem ser evitadas "declarações irresponsáveis de pessoas que deveriam ser responsáveis", pois podem levar a uma escalada de acontecimentos em pouco tempo.

Ben Gvir, conhecido pelas suas declarações racistas e ultranacionalistas, tem defendido a imposição de restrições aos palestinianos na Cisjordânia e impedi-los de rezar na Esplanada das Mesquitas durante o Ramadão, o mês sagrado do Islão, e até proibir o acesso a árabes israelitas com menos de 70 anos.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 144.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 29.900 mortos, mais de 70.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.

Com a guerra em Gaza, o movimento xiita libanês Hezbollah aproveitou a oportunidade para lançar ataques contra o norte de Israel através da fronteira comum. O Exército Israelita respondeu a estes ataques.

Hamas e Hezbollah, bem como os Huthis do Iémen, são apoiados pelo Irão.

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