Israel envia líder da Mossad a conversações sobre cessar-fogo para Gaza

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"O chefe da Mossad deverá deslocar-se a Doha este fim de semana", adiantou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelita à agência EFE sobre as conversações, que estão suspensas há quase três meses face à escalada regional do conflito e às mortes do líder do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh, e do seu sucessor, Yahya Sinouar.

Além de Barnea, as conversações incluirão o novo chefe dos serviços secretos egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, possivelmente o responsável dos serviços secretos norte-americanos da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, o interlocutor do grupo islamita palestiniano, uma vez que o Hamas não está diretamente envolvido.

Em conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Al-Thani anunciou hoje, em Doha, terem sido retomados os contactos com o Hamas após a morte, há uma semana, do seu líder máximo, Yahya Sinouar.

"Houve trocas de impressões com representantes do gabinete político [do Hamas] em Doha (...) Ainda não é claro como vamos proceder" no futuro, acrescentou depois de uma reunião com Blinken.

O responsável tinha também referido que "uma equipa de negociadores norte-americanos virá a Doha juntamente com uma equipa de negociadores israelitas e discutirão a forma de fazer avançar estas negociações".

O responsável dos Estados Unidos tinha afirmado, por seu lado, esperar que os negociadores se reunissem nos próximos dias para tentar alcançar uma trégua em Gaza, apelando mais uma vez a Israel e ao Hamas para que cheguem a um acordo.

Desde uma breve trégua, há 11 meses, durante a qual foram libertadas dezenas de reféns detidos na Faixa de Gaza, as sucessivas rondas de negociações sobre Gaza não tiveram quaisquer resultados.

No entanto, o homicídio, por soldados israelitas, de Yahya Sinouar, tido como mentor do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 contra Israel, reativou as esperanças de um reatamento das conversações, já que o líder do Hamas era considerado um obstáculo nas negociações conduzidas com a ajuda dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito, segundo a agência France-Presse (AFP).

As últimas reuniões ocorreram em agosto, no Egito e no Qatar, com base num plano apresentado no final de maio pelo Presidente norte-americano, Joe Biden.

Depois de meses a defender este plano, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou hoje que os Estados Unidos estavam a considerar "diferentes opções" para acabar com a guerra.

"Estamos a considerar diferentes opções", afirmou.

"Ainda não determinámos se o Hamas está pronto para se comprometer, mas o próximo passo é reunir os negociadores (...). Nos próximos dias saberemos certamente mais", acrescentou.

Blinken anunciou também uma ajuda suplementar de 135 milhões de dólares aos palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250.

A guerra, que hoje entrou no 384.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 42.847 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e 100.544 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

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