Israel. Exército rebate críticas sobre mortes e ajuda humanitária

9 meses atrás 106

"Abortamos os ataques quando vemos uma presença civil inesperada. Escolhemos a munição adequada para cada alvo, para que não cause danos desnecessários", disse Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelita, numa mensagem de vídeo, citada pelas agências internacionais.

"Usamos muitas medidas para tentar minimizar os danos e o sofrimento aos civis (...). Alertamos os civis antes dos ataques, sempre que possível, também recomendamos que os civis se afastem temporariamente das áreas de intensos combates", acrescentou.

Estas declarações surgem durante uma visita oficial a Israel do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, numa altura em que os Governos israelita e norte-americano têm mostrado diferenças sobre a forma de levar a cabo a ofensiva em Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas.

Após um ataque sem precedentes do Hamas que causou 1.200 mortes e cerca de 240 sequestros em território israelita em 07 de outubro, o Exército de Telavive conduziu desde então uma poderosa ofensiva aérea, terrestre e marítima na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 19 mil mortos e acima de 51 mil feridos, a maioria dos quais mulheres, crianças e idosos, segundo números das autoridades locais, controladas pelo grupo islamita palestiniano, bem como 1,9 milhões de deslocados, 85% da população total do enclave, de acordo com a ONU.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou em 06 de dezembro que os ataques do Hamas, mesmo quando desrespeitam as leis da guerra, "não absolvem Israel das suas próprias violações", e, dois dias depois, o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução que pedia um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que foi vetada pelos Estados Unidos, principal aliado de Telavive.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, criticou hoje a "terrível falta de distinção" na operação militar israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza, que causou a morte de "demasiados civis", e insistiu numa pausa humanitária, um dia depois de as diplomacias de Londres, Paris e Berlim terem pedido um cessar-fogo duradouro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, reafirmou no domingo a posição de Telavive de que um cessar-fogo é um erro e uma "prenda para o Hamas", afastando assim uma pausa das hostilidades.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá votar hoje uma nova resolução a exigir o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, por razões humanitárias.

Desde o início da guerra, os combates só foram interrompidos durante uma semana - entre 24 e 30 de novembro - durante uma trégua mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Cerca de 130 reféns permanecem em cativeiro no enclave, onde a população deslocada sobrevive em tendas em pleno inverno e numa profunda crise humanitária, devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e à escassez de água potável, alimentos, medicamentos, eletricidade e combustível.

Israel permite a entrada de ajuda humanitária através de Rafah, fronteira entre o Egito e a Faixa, e no domingo, sob pressão dos Estados Unidos, abriu a passagem de apoio pela primeira vez através da sua própria fronteira, através de Kerem Shalom.

Contudo, a ajuda chega aos poucos e é insuficiente.

"Israel não está a restringir a quantidade de ajuda humanitária que pode entrar em Gaza", garantiu Daniel Hagari, pouco depois da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch ter acusado Telavive de cometer crimes de guerra por negar deliberadamente comida e água aos habitantes do enclave, usando a fome como arma de guerra.

O porta-voz do Exército israelita disse ainda que o seu país "ofereceu às organizações internacionais o estabelecimento de zonas humanitárias", mas no território até áreas marcadas como "seguras" foram bombardeadas.

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