Israel reduz laços económicos da Turquia com Gaza e Autoridade Palestina

2 semanas atrás 22

"[Recep Tayyip] Erdogan, o ditador que sonha ser sultão, trabalha ao serviço do Hamas, viola acordos e quer prejudicar Israel, mas na realidade prejudica os palestinianos que finge ajudar", afirmou o Governo israelita, num comunicado.

Além de tomar medidas para cortar as relações económicas e comerciais com os territórios palestinianos, Israel apelará aos fóruns económicos internacionais para que considerem a possibilidade de aplicar sanções à Turquia por violação dos acordos comerciais.

O país procurará também encontrar alternativas imediatas aos produtos turcos e oferecerá assistência aos setores israelitas afetados.

"Não cederemos às chantagens e ameaças de Erdogan. A economia israelita é mais forte do que um ditador como Erdogan, que viola acordos e trabalha ao serviço do Hamas. Ordenei a redução de todos os laços económicos entre Erdogan e a Autoridade Palestiniana e entre Gaza", insistiu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, na nota.

Erdogan confirmou hoje que a Turquia "fechou a porta" ao comércio com Israel devido à "crueldade" do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na guerra de Gaza, decisão anunciada na noite de quinta-feira pelo Ministério do Comércio turco.

"Tomámos certas medidas para forçar Israel a aceitar um cessar-fogo e para aumentar o volume de ajuda humanitária que entra [em Gaza]", disse o Presidente aos empresários em Istambul. 

"Iremos monitorizar as consequências das medidas que tomámos em cooperação [...] com as nossas comunidades empresariais", acrescentou o Presidente turco.

Erdogan recordou que poucas semanas antes dos ataques do Hamas, a 07 de outubro, a que se seguiu a ofensiva de Israel em Gaza, se tinha reunido nos Estados Unidos com Netanyahu "para mostrar que a Turquia e Israel podiam dar vários passos" na sua relação bilateral, totalmente restabelecida em 2022 após anos de tensões.

"Infelizmente, Netanyahu reagiu de forma cruel contra crianças, mulheres e idosos. Eles não podem fazer nada. Todo o Ocidente trabalha com Israel. Perante isto, não aguentamos mais e tomámos medidas", afirmou Erdogan.

A 09 de abril, a Turquia proibiu a exportação de uma vasta gama de mercadorias para Israel, incluindo aço, betão e outros materiais que constituíam a maior parte do comércio bilateral, como medida de pressão para acelerar a entrega de ajuda humanitária a Gaza.

Em 2022, Israel foi o décimo maior cliente da Turquia, importando quase 7.000 milhões de dólares (6.500 milhões de euros) em produtos turcos, principalmente nos setores dos metais, aço, cimento, automóvel e eletrónica, e exportando cerca de 2.400 milhões de dólares (2.230 milhões de euros) em produtos.

Israel e a Turquia cortaram relações diplomáticas em outubro passado e retiraram os seus embaixadores, mas o comércio continuou ininterrupto e até aumentou, de acordo com a Associação de Exportadores Turcos (TIM).

Segundo os dados da TIM, citados pelo diário Birgün, o volume das exportações turcas para Israel aumentou de 317 milhões de dólares (295 milhões de euros) em janeiro para 423 milhões de dólares (393 milhões de euros) em março, num total de 1.100 milhões de dólares (1.022 milhões de euros) no primeiro trimestre.

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