Em vídeos divulgados nas redes sociais, vê-se um grupo de pessoas a retirar sacos de um camião e a atirá-los para a estrada, enquanto mais adiante disparos de armas de fogo cortam a passagem ao veículo.
Segundo o diário The Times of Israel, o incidente ocorreu próximo do colonato israelita de Beit El, na Cisjordânia ocupada.
Trata-se do sexto incidente deste tipo esta semana. Na segunda-feira, um grupo de manifestantes bloqueou e vandalizou uma coluna humanitária perto da cidade palestiniana de Hebron.
Os manifestantes faziam parte de um grupo de reservistas de direita conhecido como Tzav 9, que já anteriormente protagonizou episódios semelhantes.
Esta notícia surge durante uma ofensiva do Exército israelita à cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, que obrigou ao encerramento do posto de passagem fronteiriça para o Egito e restringiu ainda mais o afluxo de ajuda humanitária ao enclave palestiniano destruído por mais de sete meses de guerra.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) estima que cerca de 360.000 pessoas tenham abandonado Rafah desde a primeira ordem de evacuação israelita, na segunda-feira, enquanto a artilharia avança cada vez mais para o interior da cidade, onde estavam refugiados 1,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, a maioria dos quais deslocados de outras zonas do exíguo território.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- fez também mais de 250 reféns, 128 dos quais permanecem em cativeiro e 36 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 222.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 35.233 mortos, 79.141 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.