Itália. Migrante indiano morre "abandonado" em estrada com braço cortado

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Um trabalhador agrícola indiano morreu após ter sido abandonado numa estrada junto ao sítio onde vivia pelo seu empregador, em Itália, com o braço cortado.

Segundo o jornal The Guardian, o caso aconteceu na segunda-feira, quando o migrante trabalhava com maquinaria numa quinta em Latina, nos arredores de Roma, Satnam Singh, de 31 anos, ficou ferido. Terá sido deixado, depois, com o braço decepado, na estrada em frente à sua casa, em Borgo Santa Maria.

A história é partilhada pelo presidente do grupo parlamentar do partido Italia Viva na Câmara dos Deputados, Davide Faraone, que escreveu, no X (antigo Twitter), que Singh foi "deixado ali para morrer por alguém que não é um empregador, mas sim uma pessoa sem escrúpulos, tão inescrupulosos quanto aqueles que não o ajudaram".

"Isto não é apenas exploração, mas sim barbárie, que ignora todos os gestos normais da humanidade", lamentou.

Satnam Singh è morto, dopo essere stato caricato su un furgoncino per essere scaricato davanti a casa sua insieme alla moglie. Abbandonato insieme al suo braccio tranciato dal macchinario, poggiato su una cassetta per ortaggi.
Lasciato lì morire da quello che non è un datore di… pic.twitter.com/ywO6Kd3Cj6

— Davide Faraone (@davidefaraone) June 19, 2024

Singh tinha chegado a Itália há três anos, com a esposa. Foi a mulher, aliás, que contactou as autoridades, após precatar-se dos ferimentos do marido. Uma ambulância aérea transportou-o até o hospital San Camillo Forlalini, em Roma, onde o óbito foi declarado.

O empregador está a ser investigado por suspeita de homicídio por negligência, violação dos regulamentos de segurança no local de trabalho e omissão de auxílio.

"Foi deixado na estrada como um saco de trapos, como um saco de lixo… Apesar de a sua esposa ter implorado [ao empregador] para levá-lo ao hospital. Aqui não estamos apenas confrontados com um grave acidente de trabalho, que por si só já é alarmante, estamos confrontados com uma exploração bárbara", disse Laura Hardeep Kaur, secretária-geral da unidade Frosinone-Latina do sindicato Flai Cgil.

Já a ministra italiana do Trabalho, Marina Calderone, condenou o "verdadeiro ato de barbárie", juntando-se a ela o líder da tutela da Agricultura, Francesco Lollobrigida, que afirmou que o Executivo liderado por Giorgia Meloni está "na linha da frente [...] para lutar contra todos os tipos de exploração laboral".

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