Iúri Leitão e o ouro: «Não sei se estou a sonhar e acho que o Rui está igual»

1 mes atrás 71

Declarações do ciclista português Rui Oliveira, aos microfones da RTP e da Antena 1, após o título olímpico no madison, alcançado com Iúri Leitão, para Portugal:

«Eu acho que vou ser um bocadinho repetitivo, mas se eu ainda não consegui digerir a medalha de quinta-feira, esta muito menos. Eu não posso mentir, de início vinha com muito boas sensações, mas depois do nosso primeiro arranque, senti-me bastante vazio, vinha com as pernas muito más, eu avisei o Rui que não estava num bom dia. Tentámos guardar-nos ao máximo, porque sabíamos que a prova ia ser muito fatigante e podíamos tirar partido da nossa parte tática e da nossa paciência, que costuma ser um dos nossos pontos fortes e acabámos por surpreendê-los no final, tínhamos programado fazer isto e conseguimos.»

«Eu não quero parecer frio, simplesmente estou incrédulo, eu ainda não consigo digerir o que está a acontecer. São tantos anos, tantos meses, tantas horas de esforço contínuas, tantos dias maus, porque todos os desportistas de alto rendimento sabem que são 95 por cento de dias maus e cinco por cento de dias bons e depois de tanto sofrimento, de tantos dias complicados, conseguir chegar aqui, parece um pouco impossível. Não sei bem se estou a sonhar, ou se estou acordado e acho que o Rui está igual a mim.»

«Acima de tudo, temos de lembrar-nos que toda a gente quer vencer a corrida, não somos só nós. Toda a gente tem muita energia para gastar e está preparada para esta prova. Quando há um ataque de uma equipa forte, não temos de ser nós a responder diretamente, não temos de ser nós a desgastarmo-nos, até porque dávamos a sensação, às outras equipas, que estávamos mais fatigados, mais desgastados e isso acabou por induzir em erro os outros. E pegando nas palavras do Rui, que ele amenizou um bocadinho: vamos deixá-los matarem-se, depois arrancamos e foi isso que nós fizemos.»

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