“A concorrência existe, temos de ser expeditos”, disse Luís Filipe Barbosa da PWC.
O sector da banca tem de acelerar para dar respostas cada vez mais rápidas aos seus clientes. O grau de exigência tem de manter-se, mas a concorrência espreita, e quem não pisar no acelerador, arrisca-se a ficar para trás.
O alerta foi feito por Luís Filipe Barbosa, consultor da PWC, durante o Fórum Banca 2024 organizado pelo Jornal Económico que teve hoje lugar em Lisboa.
“Hoje em dia é inevitável que, perante os nossos clientes, termos um conjunto de semanas para ter uma decisão formalizada. Já não é expectável ter meses de análise. A concorrência existe, está aqui nesta sala, temos de ser expeditos nesta matéria”, afirmou o responsável na sua apresentação “Outlook do sector bancário: tendências, desafios e oportunidades”.
“Não há banca sem foco no cliente”, defendeu, avisando que os bancos têm de definir “onde cada um” quer “diferenciar-se perante os seus clientes”, afirmou.
“Nem todos os clientes têm business plans fundamentados. O processo de decisão terá de ser cada vez mais rápido”, salientou na apresentação.
O consultor considera que um processo de decisão mais rápido passa por uma maior integração: “passa por entregar vários sistemas de dados, um processo estruturado de recolha de business plans, apoiar empresas numa estrutura usual de um business plan, ter o carregamento destes planos, ter as vossas projeções, informação histórica de vários sectores, e desafiar o próprio business plan. Temos de ser desafiados sobretudo porque somos nós que estamos a financiar. Esta evolução da sistematização da informação, o aumento da literacia das PME, é claramente uma tendência”.
Nesta parte, o responsável também destacou que é preciso “desenvolver planos de financiamento robustos e credíveis, bem como planos de contingência para choques de liquidez de curto prazo” e assegurar uma “gestão adequada das posições de risco da taxa de juro”.
Olhando para o futuro, o responsável apontou que a “tendência para este ano é a mesma preocupação em antecipar riscos. Se em 2022 estávamos preocupados com o pós-pandemia, hoje em dia estamos preocupados com as taxas de juro”.
Sobre os riscos emergentes, identificou a “transição climática, transformação digital e tensão geopolítica”.
Em termos macroeconómicos, alertou que este ano poderá ser marcado por uma “soft landing”, com “desaceleração das taxas de juro, grande abrandamento económico”. Esta nova realidade vai colocar à prova as ferramentas de avaliação de riscos de taxas de juro e crédito spread”.