Depois de há muito liderar o ranking de exportações automóveis, o Japão foi destronado, ainda antes de 2023 terminar, por outro país asiático.
O Japão perdeu o primeiro lugar no pódio das exportações automóveis, tendo este sido conquistado por um país que se tem mostrado incomplacente: a China.
Já em 2022, a China tinha feito história ao destronar a Alemanha, posicionando-se em segundo lugar. No ano que acabou de passar, o crescimento implacável das exportações automóveis chinesas deixou o arquipélago nipónico — líder das exportações automóveis durante muito tempo —, também para trás.
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel BYD Atto 3 é um dos modelos de construtores chineses exportados para várias regiões do mundo, mas também há modelos de construtores ocidentais nestas contasExportações do Japão subiram, mas não o suficiente
O Japão nos primeiros 11 meses de 2023 exportou 3,99 milhões de unidades, um aumento de 15% em comparação com o mesmo período homólogo, no entanto este crescimento não foi suficiente.
A Associação de Construtores de Automóveis da China reporta que o país, entre janeiro e novembro de 2023, exportou 4,41 milhões, um crescimento de 58% face ao mesmo período em 2022.
A China exporta principalmente para a Europa, América Latina e para outros países asiáticos, e pode agradecer esta vitória, não aos seus construtores locais, mas aos seus «concorrentes».
Isto porque uma parte significativa das exportações japonesas são de construtores estrangeiros — sobretudo europeus e norte-americanos —, que aproveitam as regalias dos menores custos de produção e do mercado livre para produzir localmente vários modelos com a exportação como destino.
Construtores como a Tesla, Volvo, BMW, Mini, Citroën, entre outros, são, assim, em grande parte responsáveis por a China ter passado a ser o maior país exportador de automóveis do mundo.
© TEsla Os Tesla Model 3 que compramos na Europa são produzidos na ChinaPara além dos «aminimigos», a guerra entre a Rússia e a Ucrânia também foi um fator de ajuda para conquistar este lugar. Isto porque ao ter perdido a importação e produção de automóveis da maioria dos construtores estrangeiros (europeus, norte-americanos e sul-coreanos), a China acabou por ocupar esse vazio.
Estima-se que entre janeiro e outubro de 2023 a China tenha exportado 730 mil veículos para a Rússia, sendo, sobretudo, de construtores chineses.
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Apesar das contas do ano de 2023 ainda não estarem fechadas, dificilmente a China perderá a liderança recentemente ganha de maior exportador de automóveis do mundo.