Japão. Teste de ADN confirma que homem que morreu era fugitivo

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Um teste de ADN confirmou que o homem que em janeiro confessou que era um dos criminosos mais procurados do Japão, tendo morrido pouco depois no hospital devido a cancro, estava a dizer a verdade. 

À AFP, um porta-voz da polícia de Tóquio adiantou que o teste de ADN confirmou as alegações de Satoshi Kirishima, tendo os ficheiros relacionados com o caso sido enviados para o Gabinete do Procurador do Distrito de Tóquio.

Segundo a imprensa japonesa, a polícia continua a investigar quem ajudou o homem durante os 50 anos de fuga, sendo incerto como permaneceu a monte tanto tempo, apesar de a sua cara ter estado espalhada por todo o Japão.

Recorde-se que foi no final de janeiro que Satoshi Kirishima, membro de um grupo de extrema-esquerda e um dos fugitivos mais procurados do Japão, foi detido, após mais de um século em fuga.

O homem, de 70 anos, confessou ser o jovem sorridente, de óculos e cabelo comprido que figurava há décadas na lista de "mais procurados" das esquadras japonesas. A confissão aconteceu num hospital de Kanagaw, onde o homem deu entrada com um nome falso para receber tratamento para um cancro em fase terminal, tendo revelado que tinha trabalhado durante anos como empreiteiro de construção civil numa prefeitura perto de Tóquio.  Apenas uma semana depois morreu devido à doença. 

Era suspeito de estar envolvido numa série de ataques à bomba contra grandes empresas nipónicas, em 1974 e 1975, incluindo a Mitsubishi Heavy Industries ou a Mitsui.

O fugitivo fazia parte da chamada Frente Armada Antijaponesa da Ásia Oriental (Eaajaf, na sigla em inglês), uma organização terrorista da extrema-esquerda japonesa, de natureza anarquista, que funcionou entre 1972 e 1975.

O incidente na Mitsubishi Heavy Industries em 1974 foi um dos mais marcantes, pois foi cometido em plena luz do dia, causando a morte de oito pessoas, sendo que outras 165 ficaram gravemente feridas.

Kirishima teria sido responsável por colocar e detonar um explosivo caseiro no Instituto de Pesquisa Económica Industrial da Coreia, no bairro central de Ginza, em Tóquio, em 1975.

O grupo, que realizou uma série de 12 ataques desse tipo, foi dissolvido depois de as autoridades deterem a maioria dos membros, muitos dos quais tinham ligações ou tinham ingressado no grupo comunista Exército Vermelho Japonês.

Até agora, oito membros da Eaajaf foram formalmente acusados, dois das quais foram condenadas à morte.

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