João Pedro Sousa: «Constrói-se um plantel, cria-se uma ideia e a partir daí a decisão é só minha»

6 meses atrás 68

O momento do Famalicão não é o melhor, mas a ideia de jogo não vai mudar. A garantia foi dada por João Pedro Sousa, técnico que assumiu as responsabilidades pela decisão tomada, garantindo, ainda assim, que essa que será para manter.

Insatisfação pós-Boavista: "As conversas com o presidente acontecem sempre no final do jogo. Naturalmente ele não estava contente porque não ganháos. No meu caso nem é necessário isso. Muitas vezes ganhamos o jogo e eu não estou contente. Aconteceu esta época, aconteceu no passado. Eu para estar insatisfeito não é preciso não ganhar o jogo, mas por várias razões. O segundo ponto, para além de ficar insatisfeito, neste caso falando deste resultado, os jogadors também não ficam satisfeitos. Eles foram os primeiros a ficarem insatisfeito. Outro ponto importante foi que os adeptos não ficaram contentes com o resultado, não estão contentes como estamos a jogar. Aceito isso. Mas há uma questão. Eu, treinador do Famalicão, construi uma ideia baseado nos jogadores que tenho, ideia foi construída no inicio da época, julho e agosto. Antes da primeira jornada em Braga, por uma questão ou por outra, por razões técnicas, é natural que as coisas não corram como os treinadores desejam. Até pela capacidade que os clubes têm ou não de gerir determinadas coisas. Um treinador nunca está satisfeito. Nunca estamos satisfeito com o plantel, devia vir um jogador prena esquerda e não direita, um alto e um baixo. São situações normais. Dificilmente me vão ver no Famalicão satisfeito, porque acho que há sempre nesta área, principalmente na de treinador, coisas para melhorar, evoluir, todos os dias. Todos os dias podemos corrigir, evoluir, alterar, propor. Portanto, voltando atrás, o plantel à disposição do plantel, treinador cria ideia, trabalha a ideia e passa ao trabalho. A partir desse momento a decisão é minha e só minha."

Ideia: "A decisão em relação ao jogo foi a que foi tomada e não vai ser alterada. Dentro dos jogadores que temos, as decisões estão tomadas, porque considero que tendo em conta o perfil do plantel que temos é a forma que nos deixa mais perto de atingir o sucesso. As coisas são muito claras, o treinador tomou uma decisão mediante os jogadores que tem. Não estou a falar em qualidade, atenção. Estou a falar em perfil e tipo de jogadores. Percebo que as pessoas não estejam satisfeitas porque o jogo já foi mais atrativo, gostamos de ver a equipa a jogar bem, sentimos isso. Os jogadores também sentem isso. Mas há uma coisa que define tudo, que é o feedback que tenho dos jogadores e é muito positivo. Isso, para mim, é fundamental. Podemos ter um jogo atrativo, até estar a ganhar, mas se o feedback é que não acreditam no jogo, aí não contem comigo. Mas se a resposta que vem de dentro é que acreditamos, trabalhamos nisto, aí estou à vontade. Hoje, com menos 10 pontos, estava em último lugar, com estes jogadores, com a mesma ideia, eu ia já à luta. Acredito nisto, independentemente de achar que umas coisas ou outras podiam ter sido diferentes. Há coisas em que não posso nem me devo meter. No fundo, confiança total no meu trabalho, no das 5 pessoas que estão comigo, nos jogadores, porque seguramente vamos atingir os objetivos. Disse que ia lutar pelo quinto lugar, é isso que estou a fazer. Infelizmente não vou chegar ao quinto lugar, isso está claro e sempre assumi as responsabilidades para lutar por determinados objetivos."

Jogo com o Vitória: "No fundo, se compararmos com o último jogo, temos de ser mais eficazes, mais competentes, mais intensos, principalmente em determinados períodos se queremos ganhar. É isso que pretendemos. Do outro lado está uma equipa que tem feito um campeonato extraordinário, uma qquipa difícil de bater, que faz golos com facilidade, dificulta muito o trabalho ofensivo das equipas adversárias, competitiva. Portanto, o que vamos encontrar é um desafio de máxima exigência para nós e há pontos fundamentais que estão identificados. Temos de continuar a evoluir. A evolução tem sido algo lenta em determinados momentos. Nem são questões táticas, tem que ver com o estado de maturação da equipa. Temos de evoluir nesses aspetos todos para sermos competitivos e na prática ganhar o jogo. Na teoria não muda nada."

Aposta dos três centrais: "Felizmente, estou mais à vontade para analisar, ponderar, se jogo com um avançado, três defesas, dois avançados na frente, um avançado e um 10. Nesse aspeto já o posso fazer. Vou deixar no ar a dúvida, sendo que a equipa se sente mais confortável depois deste jogo. Houve coisas que fizemos que tinham sido faladas e trabalhadas. Antecipámos a forma de jogar tendo em conta o adversário, mas também pelas ausências de três jogadores que eram titulares. O Puma, o Cádiz e o Zaydou. A falta desses 3 precipitou esta decisão. Fiquei contente com o que vi dentro das questões táticas. A equipa tem margem para progredir nesta forma de jogar."

Regresso de Cádiz após bom jogo de Danho: "São decisões difíceis de tomar, que é bom termos. O Florian está ainda num período de adaptação. A todos os níveis, mas a nível de trabalho diario, trabalho na competição. Foi importante no último jogo, reconhecemos que pode evoluir bastante tendo em conta o que pedimos e o que pode fazer. No entanto, o Cádiz será sempre importante para nós pelo registo que tem, ao nível da concretização. Se queremos ganhar temos de marcar golos. Neste momento o Cádiz é o jogador que dá mais garantias. Irá jogar seguramente, está totalmente adaptado à nossa forma de jogar. Mesmo com esta alteração tática, se optarmos por isso, não tem dificuldades em assumir este papel. Temos um jogador com as características do Florian que pode entrar e dar outras soluções."

Perda de vantagens: "Há a reação e nós não conseguimos reagir à reação. Sempre fui muito crítico, sobretudo depois de falar com os jogadores. Essa falta de reação voltou a acontecer, mas em menor número. O que temos de fazer quando estamos em vantagem é ter vários comportamentos. Com bola, sem bola, gestão do jogo quando está parado. Apesar de ainda ter sido em menor número, ainda foi difícil controlar o jogo. A sequência da jogada que dá o golo tem quase dois minutos, não há interrupção nenhuma. Faltavam cerca d 20 minutos, tínhamos jogadores já com nível de fadiga grande e não tivemos capacidade competitiva de perceber o que tínhamos de fazer. O que antecede é um ataque nosso com 4 jogadores em zonas de finalização. Guarda-redes defendeu, lançou ataque e nós estávamos ligeiramente mal posicionados. Aqui entram questões de leituras de jogo e o que temos de fazer naquele momento, estando em vantagem e com jogadores já cansados. Cometemos um erro, posso considerar individual, mas tenho de enquadrar sempre no coletivo. Depois surge o golo. A equipa sente isso. São vários jogos em que estamos em vantagem e não seguramos e a equipa sente necessidade de não errar em determinados momentos. Houve preocupação de um ou noutro aspeto. Mas há um sem número de coisas que os jogadores têm de saber gerir. Quando há fadiga, com alguma naturalidade, as coisas podem acontecer. Num ou noutro momento também podíamos ter um bocadinho de felicidade. Já acertámos 13 bolas nos postes, nos nossos poucas batem. Se e as coisas não acontecessm com tanta frequência, não havia tanta procupação. Com o Boavista falhámos na reposição do guarda-redes. Digo aos jogadores que temos de estar sempre a olhar para baliza do adversário. O que antecede o golo é um ataque nosso. O Nathan está na zona da área do adversário, temos quatro jogadores a entrar na área, Moura projetado. É o que treinador pede, claramente que sim. Mas no momento em que perdemos a bola temos de fazer outra gestão, fechar a baliza. Foi essa parte que faltou contra o Boavista."

Ler artigo completo