João Rêgo, o miúdo de uma família de matemáticos que foi «descoberto na praia»

5 meses atrás 80

O Estádio da Luz assistiu à despedida de Rafa Silva, experiente extremo que fez o último jogo diante dos seus adeptos contra o FC Arouca. Em sentido inverso, os encarnados deram as boas-vindas a João Rêgo, jovem avançado que somou os primeiros minutos pela equipa principal, depois de repartir as presenças entre os juniores, sub-23 e conjunto secundário.

Esta tendência, aliás, tem sido recorrente com Roger Schmidt. O técnico alemão olha com insistência para a equipa B e, em 2023/2024, concedeu oportunidade a vários jovens como Diogo Spencer, Hugo Félix, Diogo Prioste ou Gerson Sousa, que têm continuado a sua formação em escalões abaixo.

Mas, afinal, quem é João Rêgo, o último a ter esta chance de provar o seu valor? O camisola 84, extremo ou médio ofensivo, substituiu Rafa Silva e fez, aproximadamente, dez minutos. Não se inibiu de partir para cima dos adversários, assim como tentar inserir o nome na lista de marcadores.

Essas qualidades, aliás, têm sido recorrentes na Liga Portugal SABSEG - 26 jogos, dois golos e três assistências, No total, soma 1493 minutos, sendo o 12º atleta com mais tempo de jogo por parte de Nélson Veríssimo. É por aqui, de resto, que tem passado a maior parte do tempo. Arrecadou 680 minutos no Campeonato Sub-23 e 531 na UEFA Youth League (três golos marcados).

No início da época, recorde-se, renovou com as águias até 2028, ou seja, por cinco anos, num sinal de confiança por parte do clube. «É um sentimento de orgulho, por todo o trabalho e sacrifício que eu e a minha família temos feito. O clube continua a confiar em mim e cabe-me retribuir. O meu objetivo principal é chegar à equipa A, e, a curto prazo, tentar vencer a UEFA Youth League novamente, neste ano, mas estou focado no presente», disse, em declarações à BTV.

O gosto pelas contas

João Rego chegou ao Seixal com apenas 14 anos, após algum tempo no Ourique, o primeiro emblema na formação. Ainda assim, o processo esteve longe de ser fácil. «O apoio dos meus pais foi fundamental para não desistir. Sempre me disseram que, se um dia tivesse de jogar no Benfica, isso aconteceria. E aconteceu, fui fazendo o meu caminho, no Ourique, até que apareceu, de novo, o Benfica», referiu numa entrevista ao jornal O Benfica.

Mas onde é que as águias descobriram o talento do avançado? «Comecei a jogar com sete anos, no Ourique, clube que continuo a acompanhar. Até que, mais tarde, surgiu o Benfica. E surgiu na praia. Eu estava a jogar com o meu irmão gémeo [Gonçalo Rêgo, que também passou pelo Benfica], e estava lá um olheiro do clube, que falou com o meu pai e pediu os meus dados, dizendo que gostaria de me levar a um treino de captação. Fiz um treino no Algarve, no entanto, acabei por não ficar», acrescentou.

@SL Benfica

Se o futebol não desse resultado, o português tinha outros planos relacionados com... a matemática. «A minha disciplina preferida é a matemática, a minha mãe é professora de matemática, o meu pai também foi, e o meu irmão até tem melhor média do que eu em matemática. No futuro, gostaria de experimentar o curso de gestão ou algo relacionado com o desporto», argumentou.

Porém, o capitão do Benfica em diferentes escalões já deu o primeiro passo para tentar ser opção regular no conjunto principal encarnado. Depois do título conquistado pelos juniores, em 2021/2022, o camisola 84 guardou esta estreia no museu pessoal. Para acompanhar com atenção.

 SL Benfica x FC Arouca

 SL Benfica x FC Arouca

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