Joe Biden visita estados decisivos e amplia equipa de campanha

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Após um discurso sobre o Estado da União elogiado por analistas, Joe Biden e os seus principais assessores pretendem apostar tudo, já a partir de hoje, na divulgação da sua visão para um segundo mandato, mas também em alertar sobre as consequências da alternativa republicana.

O Presidente tentará assim aproveitar o impulso pós-discurso em eventos de campanha na Pensilvânia e na Geórgia, dois estados críticos que conseguiu conquistar nas presidenciais de 2020 e espera manter na eleição de novembro deste ano.

Na próxima semana, Biden irá ao Wisconsin e Michigan.

Também a vice-presidente, Kamala Harris, irá para o terreno: primeiro ao Arizona, para continuar a sua campanha nacional para promover os direitos reprodutivos; e depois ao Nevada, para a sua própria paragem de campanha.

A campanha do Presidente anunciou hoje que Biden e Harris visitarão nos próximos dias todos os principais 'swing states' ou 'estados pendulares' - que oscilam entre democratas e republicanos - e que lançará uma campanha publicitária de seis semanas, no valor de 30 milhões de dólares (27,4 milhões de euros) e que passará na televisão e em plataformas digitais, projetada para destacar temas-chave do Estado da União às comunidades negras, asiáticas e hispânicas.

Até ao final deste mês, a campanha espera expandir-se de 100 para 350 funcionários em sete estados decisivos, ao mesmo tempo que abrirá mais de 100 escritórios no terreno.

Por outro lado, a campanha de Donald Trump, o candidato favorito à indicação republicana, visa essencialmente as mesmas áreas geográficas, procurando conquistar Michigan, Wisconsin, Pensilvânia, Geórgia e Arizona, depois das derrotas em 2020, ao mesmo tempo que se defende dos esforços de Biden para fazer incursões na Carolina do Norte e na Florida.

A campanha de Biden procura atingir duramente Trump num dos seus momentos mais vulneráveis, quando o ex-presidente tem a tarefa de tentar conquistar o eleitorado republicano mais moderado que apoiava a ex-governadora Nikki Haley - que já desistiu da campanha -- e quando os eleitores já dão praticamente como certo um novo confronto de Biden e Trump em novembro.

"Sabemos que Trump perdeu em 2020 e, portanto, para vencer, ele precisa expandir a sua base de eleitores (...) e isso não é algo em que tenha demonstrado estar realmente focado", advogou a líder da campanha de Biden, Jen O'Malley Dillon, numa teleconferência com jornalistas.

A campanha de reeleição de Biden disse que o Estado da União gerou a melhor hora de arrecadação de fundos desde 2023 e que as duas horas seguintes estabeleceram novos recordes, sem, no entanto, revelar os valores em questão.

Ao tornar o Estado da União também num discurso com cariz eleitoral, Joe Biden, de 81 anos e que procura mais quatro anos de Governo, não deixou de abordar a polémica questão da idade, que tem causado desconfiança numa parte significativa do eleitorado e que se tornou alvo de ataques de Trump (77 anos).

A campanha de Biden advogou que o discurso de quinta-feira mostrou que, em vez de uma luta de idades com Trump, Biden está a oferecer uma escolha política radical face ao seu antecessor.

"Embora Trump seja quatro anos mais novo, as suas ideias são bastante velhas", disse o porta-voz da campanha de Biden, Michael Tyler.

Os Presidentes tradicionalmente levam a sua mensagem do Estado da União para os eventos de campanha, mas o discurso de Biden deste ano foi mais crítico do que nunca, uma vez que tenta não só exaltar as suas conquistas políticas perante um eleitorado cético, mas também mostrar que está à altura de se manter no cargo presidencial.

Secretários de gabinete e altos funcionários da Casa Branca farão também viagens de campanha nos próximos dias, visando não apenas 'estados pendulares', mas também territórios rurais como Missouri, Kentucky e Tennessee.

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