Jogou no Vizela e GD Chaves e não tem dúvidas: «Quem perder está arrumado»

5 meses atrás 59

São as duas equipas na zona menos desejada da Liga Betclic e têm agendado para segunda-feira, o embate mais preponderante da história recente. Em risco sério de dizer adeus à elite do futebol nacional depois dos regressos em 2021 e 2022, respetivamente, Vizela e GD Chaves jogam entre si a primeira das seis «finais» que restam até ao fim da época.

À procura de um elo de ligação entre os dois aflitos, o zerozero descobriu Lila, antigo médio que envergou a camisola azul-grená entre 1990 e 1992 e que defendeu as cores da Rainha, entre 2000 e 2003.

«Colaram lá atrás e agora vai ser muito difícil»

Depois de três breves toques e um primeiro «boa tarde» cheio de disposição, o ajustar de agulhas com o ex-médio para a conversa, no meio da azáfama de final de almoço típica do setor da restauração, foi mesmo possível. 

«O Chaves é um clube no qual gostei muito de jogar, com uma mística muito grande, que estará sempre no meu coração. No Vizela, joguei já no fim da minha carreira. Na altura, já tinha adeptos bastante ferrenhos. Continuo com muitos amigos lá!», recordou com visíveis palavras de saudade.

Proprietário de um restaurante, Lila não gaguejou na hora de analisar a temporada dos dois conjuntos: «Começaram mal, colaram lá atrás e agora vai ser muito difícil. Os outros clubes vão perdendo o respeito e dizem: 'Os outros ganharam ali, eu vou lá, tenho de ganhar também, não é'?»

«Agora, tudo corre mal... Lá em baixo, sofre-se um golo, treme-se e as coisas acontecem ao para trás», acrescentou: «Quem perder o jogo, está praticamente arrumado. Acho que o Vizela, jogando em casa, vai fazer de tudo para ganhar, mas pode dar para os dois lados.»

«Levávamos quatro ou cinco bocas que criavam responsabilidade»

Fã indefetível da raça e do compromisso que guiou a própria carreira, Lila não resistiu ao tocar neste tipo de valores para ajudar a justificar as posições atuais das equipas de Rubén de la Barrera e Moreno.

«Têm de dar ao cabedal, correr e ter responsabilidade para com o clube. Hoje parece-me que se perdeu aquela mística... ainda que imagine que os jogadores devam ouvir o caraças», constatou.

«Os adeptos jantavam connosco, lá [em Chaves] e em Vizela. Levávamos quatro ou cinco bocas e aquilo criava uma responsabilidade nos jogadores, que hoje não existe. Antigamente, quando perdíamos o jogo, nem saíamos à segunda-feira!», exclamou.

A concluir e sem grandes preferência pelas individualidades, Lila jogou com a lógica dos atletas que mais marcam: «Se for a ver, os jogadores-chave são os que têm golos: o Héctor [Hernández] e o Samuel Essende. São muito dependentes desses homens.»

Lila tem 58 anos, é natural de Barcelos e senhor de uma carreira bonita. Além de Vizela e Chaves, o seu percurso passou por Gil Vicente, Esposende, Vianense e Desp. Aves. 

O Vizela-Chaves arranca às 20h15 e pode ser acompanhado EM DIRETO no zerozero

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