Jornalistas iranianas libertadas. Novo processo por não usarem hijab fora da prisão

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As autoridades iranianas libertaram temporariamente as duas jornalistas sob uma fiança equivalente a 200 mil dólares e, de acordo com a imprensa iraniana, ficam em liberdade “até que o tribunal tome uma decisão”. Elaheh Mohammadi e Niloufar Hamedi, de 36 e 31 anos, foram condenadas a 12 anos de prisão e estão proibidas de viajar.

Segundo as agências noticiosas, a Procuradoria-Geral do Irão abriu um novo processo por terem aparecido nas redes sociais, nos últimos dias, de cabelos soltos e sem usar o véu islâmico.

Quando saíram em liberdade, amigos e familiares das duas mulheres partilharam fotografias de ambas a sorrir e de mãos dadas, em comemoração. Como o uso do hijab é obrigatório, as autoridades abriram um novo processo após a divulgação dessas imagens.

Recorde-se que as jornalistas foram presas após em 2022 terem divulgado a história da morte de Mahsa Amini. Em 2023 foram acusadas pelas autoridades de Teerão de colaborarem com o Governo norte-americano, de fazerem propaganda e de conspirarem contra o regime.

Hamedi foi presa menos de uma semana após a morte de Amini, quando foi ao hospital onde a jovem iraniana estava a ser tratada e divulgou uma fotografia da família enlutada nas redes sociais. Já Mohammadi foi detida depois de ter ido à cidade natal de Amini, Saqez, na província iraniana ocidental do Curdistão, para cobrir o funeral, que se transformou numa manifestação antirregime.

Em agosto, a comunicação social iraniana informou que as autoridades interrogaram ou prenderam mais de 90 jornalistas, desde que eclodiram os protestos desencadeados pela morte de Amini em diferentes cidades em todo o país.

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