José Mota: «O Sporting também tem os seus pontos fracos»

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José Mota espera voltar a criar dificuldades ao Sporting, tal como na época passada, num jogo em que os leões venceram por 3-2, graças a uma grande penalidade, convertida por Viktor Gyökeres, já em tempo de compensação. Desta vez, na abertura da terceira jornada da Liga, o jogo será no Estádio do Algarve, mas o treinador do Farense espera que as bancadas estejam divididas entre os adeptos dos dois clubes.

«Terá de ser um fator de motivação. Primeiro, porque defrontamos uma poderosa equipa, o campeão nacional, com certeza que teremos um bom ambiente, o estádio estará cheio, portanto, são sempre fatores de motivação para nós, profissionais, que temos de encarar este jogo com toda a determinação, percebendo os valores que o adversário tem e saber exatamente o que eles têm feito neste início da época», começou por destacar o experiente treinador em conferência de imprensa.

O líder da equipa algarvia considera que a equipa de Ruben Amorim também pontos fracos e deu como exemplo o jogo da Supertaça com o FC Porto. «Perceber também que no último jogo foi uma equipa muito, muito forte, onde consegue, fora do seu terreno, uma vitória de 6 a 1. Por tudo isso, nós entendemos que vai ser um jogo extremamente difícil. Depois, é uma equipa que está com grande confiança, embora não tivesse começado bem, possamos dizer, o seu campeonato, porque no jogo da Supertaça também teve alguns dissabores, e isto também serve de atenção para nós percebermos que, independentemente de ser uma equipa muito, muito forte, também tem os seus pontos fracos, e que nós teremos de saber explorar», acrescentou.

José Mota já sabe como é que o Sporting de Ruben Amorim se vai apresentar e pede máxima concentração aos seus jogadores. «Teremos de perceber quais são esses mesmos momentos e saber exatamente que jogamos também com as nossas armas e poderemos ter em muitos momentos de saber explorar este adversário. O Sporting, todos nós conhecemos, não precisarei de estar aqui a concluir ou a falar da forma como vai jogar, porque é normal, já vem de várias épocas com o Ruben Amorim a trabalhar sobre este modelo de jogo. Sabemos o que é que vamos encontrar, uma equipa extremamente motivada, extremamente forte, que vai nos criar, com certeza, muitas dificuldades. Ao Farense compete tentar ser sereno, ser organizado, percebemos que em muitas fases do jogo o adversário nos vai fazer sofrer, e nós temos que ter esses níveis de concentração sempre muito elevados», referiu.

Voltando à mudança de palco, José Mota lembra que o Farense já conseguiu boas exibições a jogar em estádios grande, como Alvalade, Dragão ou Luz. «Nós não podemos pensar dessa forma, temos de pensar que as decisões foram tomadas. É no Estádio do Algarve, é um grande palco. Já noutras circunstâncias na época passada, quer em Alvalade, na Luz e no Dragão, tivemos excelentes prestações. Fizemos o resultado estar sempre uma incógnita até ao final do jogo e na Luz empatámos. Tudo isso são fatores que nós temos de pensar que, independentemente do palco que vamos pisar, temos de ser uma equipa organizada, forte e conhecermos muito bem, quer individualmente, quer coletivamente, o adversário», insistiu.

A verdade é que no Estádio do Algarve, o Farense não terá um apoio tão intenso como teria no São Luís. «Sabemos o que são os nossos adeptos e sabemos o que é o São Luís. Mas também temos que ter a perspetiva de que poderá estar metade-metade. Seria extremamente motivante para nós, sabemos que os farenses vão estar presentes, e que nos vão apoiar. Esse apoio tem de ser uma forte motivação para nós. Não vamos jogar em Faro, vamos jogar na nossa terra, os nossos adeptos vão com certeza estar presentes, e vão apoiar-nos porque nós precisamos do apoio deles. Agora, é no Estado do Algarve, é lá que nós temos que dar o nosso melhor, alhear-nos de alguns fatores que nos possam, não direi prejudicar, mas tentar que esse fator seja motivo de motivação para nós. Portanto, é um grande palco, temos que estar preparados para esses grandes palcos, porque somos profissionais», comentou.

O Estádio do Algarve, com muitos portugueses de férias, no sul do país, vai encher e a maioria dos adeptos será, com certeza, do Sporting. «Alguns fatores, como é o caso de percebermos que eventualmente esteja mais gente do lado do Sporting. Sabemos que vai ser um jogo de grande emoção, estamos no Algarve, é um período de férias. Muita gente de todas as zonas do país vai, com certeza, querer estar presente e nós temos de perceber que isso é sempre um fator importante e um fator de motivação para nós. Vamos agarrar-nos a tudo isso para nos tornarmos mais fortes e para fazermos com que o adversário possa ter algumas dificuldades, porque vai defrontar o Farense», acrescentou.

Nas duas primeiras rondas, o Farense consentiu três golos, dois deles de bola parada. «Sempre trabalhámos esse aspeto, aliás mesmo nos jogos anteriores trabalhámos muito as bolas paradas. É claro que sofremos dois golos, mas também penso que tivemos alguns momentos muito bons nesses dois jogos, nomeadamente no último. Penso que temos tido um crescimento em termos daquilo que pretendemos, ao nível do jogo e dos jogadores. Há muita gente nova que chegou, que está a conhecer os estádios, a conhecer os adversários e o futebol português. E isso, muitas das vezes, esse mesmo entrosamento demora. No que diz respeito às bolas paradas, temos trabalhado muito, como disse, mas a verdade é que sofremos dois golos dessa forma e temos que melhorar rapidamente, porque o Sporting é exímio em saber aproveitar estes momentos», destacou.

Por falar em novas caras, Rivaldo, proveniente dos sub-23, foi titular nos dois primeiros jogos da época. «Sim, nós temos que olhar para a nossa base, para a nossa formação e saber que quando eles estiverem preparados para essa oportunidade, ao treinador compete dar-lhes. O Rivaldo é um jogador que tem trabalhado muitíssimo bem neste início de época. Digo-lhe também que quando veio para cá, veio mais para se mostrar e tem-se mostrado a uma altura muito boa, ao ponto de estar hoje a titular e ser um jogador com quem nós contamos muito para o futuro. São as oportunidades. Os jogadores trabalham, os técnicos decidem. O Rivaldo tem sabido aproveitar essa oportunidade e, portanto, estou muito contente com o seu desenvolvimento, com todos os fatores que ele tem tido e comportamentos ao longo deste período, e penso que ele vai continuar a merecer tudo isto, desde que trabalhe da forma que o tem feito. O que eu digo ao pessoal da formação é que deem o máximo, o trabalho é importante para tentar ter estas oportunidades, porque elas, com certeza, vão chegar, como no caso do Rivaldo, do Belloumi, do Giovanny, tudo meninos que são daqui, da nossa formação», destacou ainda José Mota.

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