JPP diz-se preparado para ser hipótese de governo na Madeira

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"Temos duas marcas: o JPP fiscaliza, o JPP tem capacidade de governar", disse o cabeça de lista às eleições regionais antecipadas, Élvio Sousa, numa entrevista à agência Lusa.

O partido, que tem origem num movimento de cidadãos criado no concelho madeirense de Santa Cruz, está agora a preparar-se "para ser hipótese de governo", reforçou.

Élvio Duarte Martins de Sousa, ex-presidente da Junta de Freguesia de Gaula, foi eleito deputado na estreia do JPP em eleições regionais, em 29 de março de 2015, num sufrágio em que o partido assegurou cinco lugares no hemiciclo da Região Autónoma da Madeira, com 10,34% da votação (13.229 votos).

Nascido em 19 de abril de 1973 (51 anos), o candidato, que é arqueólogo de profissão e doutorado, é também o secretário-geral do JPP e nunca militou noutro partido.

"Os objetivos [para estas eleições] são dois. Primeiro, crescer em eleitorado e confiança, nomeadamente a nível de número de deputados, e o objetivo claro é mostrar que o JPP é um partido de governo, que tem um Programa de Governo, uma agenda reformista para cinco áreas fundamentais: saúde e coesão social, agricultura e ambiente, mobilidade e transportes, habitação, custo de vida", explicou.

Segundo Élvio Sousa, os madeirenses querem "uma limpeza" da gestão social-democrata e "um arejamento no executivo". O JPP, referiu, tem "capacidade técnica para o realizar", porque já governa, no município de Santa Cruz, e "sabe o que é governar".

Falando sobre possíveis entendimentos resultantes do sufrágio, recusou estipular cenários, mas assegurou que nunca fará "acordos nas costas dos madeirenses", ou "acordos constrangedores e que não sejam fulcrais para a qualidade de vida da população".

"Não nos comprometemos com acordos nem com um, nem com outro", sublinhou, adiantando que o JPP vai "trabalhar para ser a segunda força política mais votada" no arquipélago.

Na sua opinião, o PSD -- que sempre presidiu ao executivo do arquipélago - "está gasto e agarrado ao poder", e "já pediu o Chega em casamento".

"Já tem pretendentes ao trono mais que suficientes para eventualmente fazer governo", referiu.

O PS, acrescentou, "é outro partido que tem de se desmembrar de vícios": "Nem um nem outro nos inspira confiança."

Élvio Sousa garantiu que o JPP "não vai ser um agente de instabilidade se for necessário", até porque há "várias formas de viabilizar governo sem ir para o governo".

No seu entender, na recente crise política registada na Madeira com a demissão do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), "o que o PSD, o CDS e o PAN fizeram foi colocar o interesse partidário em detrimento do interesse público e isso tem perdão, mas merece ser castigado agora no dia 26 de maio".

Caso surja um cenário de entendimento em cima da mesa, sublinhou, é necessário "falar internamente", consultar os militantes e a população, e o JPP "tem isso tudo pensado".

Sobre as prioridades, o cabeça de lista referiu, na área da saúde, a necessidade de "mais eficiência e valorização digna de todos os profissionais, e a redução das listas de espera".

Quanto à habitação, apontou ser fundamental a fixação de casais jovens para acabar com o denominado "inverno demográfico", defendendo que o Governo Regional deve ir além do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e afetar mais 15% do Orçamento para a construção, com um aumento do parque público, em parceria com os municípios.

O JPP insiste, no capítulo da mobilidade e transportes, na criação da linha marítima com ferry, adiantando que o partido vai anunciar uma oportunidade para concretizar esta reivindicação "sem gastar dinheiro do contribuinte".

A redução da despesa pública com uma reforma estrutural de executivo (com cinco secretarias), uma auditoria externa às contas da região, a redução progressiva dos impostos, apoios para o setor agrícola e a redução do custo de vida são outras medidas preconizadas.

Nas últimas legislativas, realizadas em 24 de setembro de 2023, o JPP alcançou 14.933 votos (11,33%) e recuperou o deputado que havia perdido em 2019, voltando a ter um grupo parlamentar com cinco elementos.

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