Judo: Tomar «abraça» Patrícia Sampaio no regresso a casa

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A Praça da República, em Tomar, foi pequena para as centenas de miúdos e graúdos, portugueses e estrangeiros, forasteiros e nabantinos que quiseram receber a judoca Patrícia Sampaio na cidade natal, na sequência da conquista da medalha de bronze em -78kg em Paris 2024.

Na tarde desta segunda-feira, o município ribatejano preparou uma cerimónia ímpar, contando, inclusive, com a participação da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, clube tomarense no qual Patrícia Sampaio se formou e que continua a representar.

De seguida, vários jovens judocas alinharam com a medalhada olímpica, para brindarem a multidão com uma saudação. Nas costas, uma mensagem: «O melhor bronze deste Verão! Bem-vinda a casa Patrícia!».

«Todos os dias me andam a fazer surpresas destas. É muito emocionante, não esperava ver tanta gente aqui. Tinha a noção de que viriam algumas pessoas, mas não esperava era esta mancha gigante de pessoas, é incrível», disse a judoca aos jornalistas, ladeada pelo irmão e treinador Igor Sampaio.

Os irmãos Sampaio foram, esta segunda-feira, promovidos pela Federação Portuguesa de Judo a terceiro e quarto «Dan», respetivamente, pelo mérito desportivo.

Se a emoção de Patrícia Sampaio era evidente face à calorosa receção, mais se evidenciou quando, entre a multidão, vislumbrou as judocas – e amigas – Catarina Costa e Rochele Nunes, além de Nuno Delgado.

«Só posso sentir gratidão a toda a gente que dedicou o seu tempo a estar aqui. Já gastei todas as lágrimas que tinha nos últimos dias. Não tenho parado de chorar. E chorei agora mais um bocadinho. Foi muito, muito especial», acrescentou.

Pelas 21h, a judoca, de 25 anos, ainda recebia abraços, flores, beijos e pedidos para «selfies» e autógrafos.

No término da cerimónia foi exibido um vídeo com imagens do percurso da atleta, desde os escalões de formação até à medalha olímpica, que culminou em novo momento emotivo para Patrícia Sampaio.

«Gosto muito desta cidade, adoro o meu clube e a minha vida está aqui. A minha família, os meus amigos de infância, de adolescência, a minha vida está toda aqui e isto é muito especial para mim. A ligação é muito forte e é para continuar», garantiu.

Quanto ao futuro, o plano pós-férias está seguido: «Treinar e trabalhar todos os dias para o próximo objetivo que são os Jogos Olímpicos Los Angeles 2028». Além disso, anotou, pretende concluir a licenciatura em Ciências da Comunicação nos próximos meses.

Até à conquista da medalha de bronze, Patrícia Sampaio fez um percurso notável, sendo apenas derrotada nas meias-finais perante a italiana Alice Bellandi, que viria a sagrar-se campeã olímpica.

A judoca alcançou a 29.ª medalha olímpica de Portugal, a primeira – e até ver única – na presente edição dos Jogos Olímpicos. Em simultâneo, foi o quarto bronze do judo, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney 2000, em -81 kg), Telma Monteiro (Rio 2016, em -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio 2020, em -100 kg).

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