Junta exige à Câmara de Lisboa intervenção "urgente" no cemitério de Benfica

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12 jul, 2024 - 17:48 • Lusa

Cemitério encontra-se em situação de abandono, com campas partidas, restos de jazigos espalhados, arruamentos com buracos nos pavimentos e até placas com o nome de pessoas espalhadas e partidas pelo chão.

O presidente da junta de Benfica, Ricardo Marques, exigiu hoje a intervenção "rápida e urgente" da Câmara Municipal de Lisboa no cemitério de Benfica, grande parte do qual está em situação de abandono, num cenário que considerou "dantesco".

Segundo Ricardo Marques (PS), já havia queixas de fregueses devido à falta de manutenção do espaço, mas nos últimos meses aumentaram para "dezenas e dezenas" as reclamações sobre as condições de degradação de um dos principais cemitérios de Lisboa.

Como em Lisboa as competências dos cemitérios cabem à câmara, era para o município que a junta encaminhava as reclamações.

"Eu andava a ouvir as queixas, mas, como [o cemitério] não é da nossa gestão e não vou lá frequentemente, tive o cuidado de ir fazer uma visita anteontem [quarta-feira] e saí de lá chocado. Chocado. E percebo perfeitamente o estado de consternação dos cidadãos", afirmou.

As declarações do autarca são sustentadas por fotografias publicadas nas redes sociais da junta, em que se veem campas partidas, restos de jazigos espalhados, arruamentos com buracos nos pavimentos e até placas com o nome de pessoas espalhadas e partidas pelo chão.

O cemitério tem ainda "uma zona nova, virada para Carnide, e toda aquela zona tem ervas até à altura do joelho. Já nem se consegue distinguir as campas umas das outras", realçou.

"É de bradar aos céus. Hoje tive a oportunidade de estar com o senhor presidente de câmara e mostrar-lhe as fotos e dizer-lhe que é uma coisa inqualificável o estado a que chegou o cemitério de Benfica. [...] Neste momento, a câmara é quem tem os meios e a competência legal e tem que priorizar a recuperação do cemitério", acrescentou.

Em Lisboa, que teve uma reforma administrativa própria, devido à sua dimensão e complexidade de gestão, os cemitérios continuam a ser uma competência da Câmara Municipal, quando no resto do país a manutenção cabe às freguesias.

"Também não vou dizer que seja uma coisa consensual entre todos, mas há uma larga maioria [de presidentes de junta de Lisboa] que, tal como eu, acham que os cemitérios devem passar para a gestão das freguesias onde estão instalados, por causa da proximidade. E aquilo que tem vindo a ser a provado na cidade de Lisboa, que é a boa gestão das freguesias, aplicar-se-ia também aos cemitérios", considerou.

A Lusa perguntou à Câmara Municipal se está prevista e para quando uma intervenção na infraestrutura, mas está ainda a aguardar resposta.

Segundo o "site" da Câmara Municipal de Lisboa, o cemitério de Benfica foi construído em 1869, servindo as paróquias de Benfica e de Carnide. Até à construção do cemitério da Amadora, serviu também esse município.

Entre os túmulos do cemitério de Benfica estão os dos poetas Alexandre O"Neill e Delfim Guimarães, do maratonista Francisco Lázaro e do hoquista António Livramento, assim como o jazigo do Padre Cruz, ponto de romaria de muitos devotos.

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