O ex-conselheiro do governo australiano Bruce Lehrmann foi considerado, esta segunda-feira, culpado de violar a colega Brittany Higgins num gabinete do Parlamento em Canberra. O crime ocorreu em março de 2019, depois de os dois terem ido a um bar numa saída entre colegas.
De acordo com a Sky News, o Ministério Público (MP) australiano tinha retirado a queixa, em 2022, por considerar que o caso representava um "risco inaceitável" para a vítima, que na época estava internada para receber tratamento psiquiátrico. Apesar disso, Lehrmann apresentou uma queixa por difamação contra uma empresa de comunicação australiana, devido a uma entrevista feita a Brittany Higgins.
O caso chegou, esta segunda-feira, a tribunal e o juiz rejeitou a acusação de difamação, por considerar que Lehrmann tinha, de facto, violado a antiga colega e contado "mentiras de forma deliberada".
"Estou convencido que o mais provável é que o estado de espírito do senhor Lehrmann era tal que ele estava tão empenhado que lhe era indiferente o consentimento da senhora Higgins. E, portanto, ele prosseguiu com as relações sexuais sem se importar se ela consentia", afirmou o juiz.
O magistrado considerou ainda que o ex-conselheiro do governante cometeu um erro ao abrir um processo de difamação, após o caso de violação ter fracassado em tribunal.
"Este julgamento é um triunfo para a verdade" referiu um porta-voz da empresa de comunicação visada no processo.
De salientar ainda que Bruce Lehrmann sempre negou qualquer envolvimento sexual com Brittany Higgins.
Leia Também: Mais de 200 pacientes acusam médico de abuso sexual nos EUA