Justiça moçambicana arquiva caso de jornalista desaparecido há quatro anos em Cabo Delgado

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"A procuradoria, a nível provincial, decidiu arquivar o caso devido a falta de elementos de prova", disse a mesma fonte.

Ibraimo Abu Mbaruco, jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Palma, desapareceu em 07 abril de 2020, em circunstância não esclarecidas.

O Instituto de Comunicação Social da África Austral (Misa-Moçambique), que enviou na altura uma missão para a capital provincial de Cabo Delegado para investigar o caso, relatou que pouco antes do seu desaparecimento, Ibraimo terá enviado uma curta mensagem (SMS) a um dos seus colegas de trabalho, informando que estava "cercado por militares" e o que se passou depois é uma incógnita.

Informações obtidas por aquela organização de defesa da liberdade de imprensa indicavam que o telemóvel de Ibraimo Mbaruco esteve ligado um dia após o seu desaparecimento e a família tentou ligar para o jornalista, mas as chamadas nunca foram atendidas.

"Os dados referentes às chamadas telefónicas efetuadas para o número do Ibraimo Mburuco são suficientes para permitir que as autoridades tenham acesso à sua localização", acrescentava a organização num dos seus relatórios sobre o caso em 2020.

Várias organizações internacionais, incluindo a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch e a União Europeia, pediram, na altura, esforços para a localização do jornalista.

Cabo Delgado, província onde avançam megaprojetos de extração de gás natural, vê-se, desde 2017, a braços com uma insurgência armada classificada como uma ameaça terrorista, uma rebelião armada com ataques reivindicados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

Em 2019, dois jornalistas locais na região que cobriam o tema, Amade Abubacar e Germano Adriano, foram detidos e interrogados pelas autoridades durante quatro meses, sob acusação de violação de segredos de Estado e incitamento à desordem, num caso contestado pelas Nações Unidas e outras organizações.

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